Petrobras reduz dividendos após pressões políticas e preços mais baixos

A petrolífera aprovou dividendos de R$ 15 bi, 39% menos que os R$24,7 bi do 1T23 e a menor distribuição desde o começo de 2022, quando passou a fazer pagamentos trimestrais

A Petrobras reduziu os dividendos para 45% do fluxo de caixa livre, um alívio para muitos investidores que esperavam pagamentos ainda menores sob a nova administração.
Por Mariana Durão
04 de Agosto, 2023 | 04:51 AM

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Bloomberg — A Petrobras (PETR3,PETR4) reduziu os dividendos politicamente polêmicos depois que os lucros caíram e a maior petrolífera brasileira estabeleceu uma política mais conservadora para o pagamento aos acionistas.

O Conselho de Administração da produtora sediada no Rio de Janeiro aprovou dividendos de R$ 15 bilhões (US$ 3 bilhões), de acordo com um documento apresentado na quinta-feira. O valor é 39,3% inferior aos R$24,7 bilhões do primeiro trimestre e é o menor dividendo desde que a Petrobras começou a fazer pagamentos trimestrais no início de 2022.

Isso coloca os pagamentos da Petrobras em linha com os feitos por outros grandes produtores de petróleo. Em 2022, a Petrobras pagou mais dividendos do que qualquer outra empresa de petróleo, exceto a Saudi Arabian Oil Co.

Os dividendos da Petrobras diminuíram de um recorde em 2022

A Petrobras reduziu os dividendos para 45% do fluxo de caixa livre, um anúncio que foi um alívio para muitos investidores que esperavam pagamentos ainda menores sob a nova administração. A empresa continua comprometida a pagar no mínimo US$ 4 bilhões por ano, a menos que a dívida total suba acima dos limites estabelecidos em seu plano de negócios.

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A Petrobras continuará a pagar trimestralmente e poderá também recomprar ações como forma de recompensar os investidores. Os analistas disseram que as novas diretrizes de dividendos alinham a Petrobras com seus pares internacionais.

O lucro líquido da companhia caiu 47%, para R$28,8 bilhões no segundo trimestre, devido aos preços mais baixos do petróleo, ao aumento dos custos operacionais e a uma queda acentuada no spread internacional do crack do diesel.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacou os dividendos da Petrobras por considerá-los excessivamente generosos para os investidores e disse que os lucros deveriam ser direcionados ao refino de petróleo e à transição energética.

Enquanto isso, as grandes petrolíferas da Europa e dos EUA continuam a priorizar os proventos aos investidores, mesmo depois que os lucros caíram em relação aos recordes registrados no ano passado. A Shell Plc, a TotalEnergies SE, a ExxonMobil Corp, a BP Plc e a Chevron Corp. mantiveram o fluxo de caixa de volta aos acionistas por meio de dividendos e recompra de ações.

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