Bloomberg — A Petrobras (PETR3, PETR4) tem se esforçado para extrair o máximo de petróleo possível de seus campos existentes no Brasil e, ao mesmo tempo, buscar novas reservas para evitar que a produção comece a diminuir na década de 2030.
O mantra “todo o petróleo faz diferença” guiará o próximo plano estratégico da empresa, que será revelado no final de novembro, disseram membros da equipe de gestão a jornalistas na segunda-feira (14).
A petroleira busca revitalizar campos mais antigos, como os da bacia de Campos, onde uma baixa taxa de recuperação de 17% “incomoda” a administração, disse a CEO Magda Chambriard.
A empresa deve concluir até o início do próximo ano os estudos para reformar quatro plataformas de petróleo na Bacia de Campos que, de outra forma, seriam sucateadas, disse ela.
O que está em jogo é a rapidez com que a produção geral do Brasil crescerá em um momento em que os preços do petróleo enfrentam vários ventos contrários. A Opep+ está pronta para começar a restaurar a produção em um momento em que a demanda na China perdeu força.
A Petrobras tem o desafio de colocar novos projetos em produção, ao mesmo tempo em que tenta conter a velocidade com que seus campos mais antigos entram em declínio, obscurecendo a perspectiva de quanto crescimento virá do Brasil.
A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que a produção brasileira crescerá 190.000 barris por dia no próximo ano. Enquanto isso, o Jefferies Financial Group espera que a produção da Petrobras, que opera cerca de 90% da produção do Brasil, permaneça estável em 2025.
A Petrobras conseguiu acelerar alguns de seus projetos de produção. Ela iniciará operações em até três embarcações de produção flutuantes antes do final do ano, acrescentando 505.000 barris por dia em capacidade de produção que aumentará gradualmente. Alguns deles, como o navio de produção Maria Quitéria, deveriam iniciar as operações em 2025.
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Plataformas offshore
A Petrobras também trabalha com fornecedores para tornar mais econômica a construção das unidades de produção de que a empresa precisa para continuar expandindo a produção, especialmente em campos menores com volumes mais baixos.
“Enviamos uma mensagem ao mercado. O Brasil precisa de plataformas mais econômicas” para projetos offshore, disse Chambriard.
A empresa está otimista quanto ao fato de que as autoridades ambientais brasileiras aprovarão uma licença para perfurar um poço na bacia da Foz do Amazonas, na chamada Margem Equatorial, porque cumpriu todos os requisitos, disse a chefe de exploração e produção, Sylvia dos Anjos.
Os investimentos gerais da Petrobras não mudarão significativamente em relação ao plano quinquenal anterior de US$ 102 bilhões, disse Chambriard. A gerência ainda está decidindo sobre o valor final para 2025-2029, disse ela.
Pagamento de dividendos
A empresa sediada no Rio de Janeiro manterá inalterada sua política de dividendos de pagar 45% do fluxo de caixa livre, mas poderá ajustar sua referência para otimizar a retenção de caixa, disse o CFO Fernando Melgarejo.
O número é relevante porque contribui para o valor que a empresa paga aos acionistas em dividendos extraordinários. A Petrobras planeja distribuir qualquer excedente de caixa, desde que isso não prejudique a sustentabilidade financeira da empresa, disse ele.
Os analistas da Jefferies veem um aumento de 10% no capex da Petrobras para 2025-2029 e um escopo limitado para dividendos especiais em 2025, a menos que haja uma melhora adicional nos preços do petróleo.
A consultoria espera que a Petrobras enfrente restrições de equipamentos, e um impulso para aumentar o fornecimento de gás natural para o mercado doméstico deve moderar o crescimento da produção nos próximos dois a três anos, disse em uma nota aos clientes.
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