Pátria amplia portfólio e chega a US$ 1,2 bi de capex em rodovias na Colômbia

Em entrevista à Bloomberg Línea, Roberto Cerdeira, sócio à frente de empresas de infraestrutura da gestora, explica a aquisição da concessão Pacífico 3 e conta os planos na região

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Bloomberg Línea — Em seu plano para ampliar a atuação no setor de infraestrutura na América Latina, o Pátria Investimentos acaba de adquirir um projeto de rodovias na Colômbia, sua terceira concessão no país nesse modal. Com o novo ativo, a gestora soma US$ 1,2 bilhão de capex comprometido no país andino.

“Nos tornamos um dos maiores investidores de private equity e infraestrutura da Colômbia. Esse valor de capex mostra o quanto estamos comprometidos com os projetos no país”, afirmou o sócio responsável pela gestão das empresas do portfólio de infraestrutura do Pátria, Roberto Cerdeira, em entrevista à Bloomberg Línea.

A concessão “Pacífico 3″ é um projeto de rodovias maduras, que foram concedidas à iniciativa privada em 2014 para o consórcio formado pelas construtoras Construcciones del Cóndor, MHC e Meco.

Segundo Cerdeira, todos os compromissos de obras de expansão já foram cumpridos. “Agora, teremos o trabalho de operar e manter a rodovia por 21 anos, que é o tempo restante do contrato”, explicou.

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Ele contou que o projeto envolve uma rodovia que liga o centro do país a um dos principais portos da Colômbia, o Porto Buenaventura. São 146 quilômetros de estradas com passagem por 19 municípios.

“O projeto tem característica de PPP [parceria público-privada], com uma estrutura bem segura. Como as rodovias colombianas geralmente não têm tráfego suficiente para se sustentar apenas com pedágio, além dessa receita há um pagamento fixo anual por parte do governo”, explicou Cerdeira.

“Uma parte do pagamento é em dólar, e outra, em moeda local. Se a receita do pedágio não atingir um mínimo determinado , o governo garante esse valor. O perfil de risco é bem interessante.”

Com a aquisição, o Pátria soma três concessões de rodovias na Colômbia e quatro no Brasil, em um total de 4.000 quilômetros de operações. O investimento anterior da gestora no segmento ocorreu em agosto do ano passado: foi o lote 1 do leilão do Paraná, que se tratou da primeira rodovia federal da gestora no Brasil.

“Sempre que olhamos projetos de infraestrutura, buscamos lugares onde os contratos têm regras claras e o órgão regulador é maduro e técnico. Temos visto isso não só no Brasil como também na Colômbia. O Pacífico 3 é uma evolução do que estamos fazendo por lá”, disse Cerdeira.

Em junho, o Patria Investimentos anunciou a compra da gestora colombiana Nexus Capital, como parte de seu plano estratégico de crescimento no segmento de real estate. O valor do negócio não foi revelado.

A Nexus Capital possui cerca de US$ 800 milhões em ativos sob gestão. Quando a transação estiver concluída, o que era esperado para o terceiro trimestre de 2024, o Patria Investimentos chegará a US$ 2,2 bilhões em ativos sob gestão na Colômbia - segundo anunciado na ocasião.

O que está no radar em LatAm

O Pátria possui atualmente cerca de US$ 43 bilhões em ativos sob gestão.

Segundo Cerdeira, o mandato da gestora de ativos alternativos em infraestrutura abrange toda a América Latina, mas, de forma geral, os ativos avaliados têm as mesmas características: estão em ambiente de negócios estável e integram programas de concessões estruturados.

“Olhamos energia, logística, infraestrutura de dados e serviços ambientais. Podemos fazer negócios em todas essas verticais no Brasil e também olhamos oportunidades fora do país. O desafio é achar a oportunidade que se encaixa no nosso perfil”, disse.

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O executivo acrescentou que o foco em infraestrutura também se estende a fusões e aquisições. “Temos apetite por M&As. Das sete rodovias que temos agora, três entraram no portfólio por meio de aquisições que já estavam sendo desenvolvidas.”

Ele disse que, de forma geral, o Pátria é sempre conservador na escolha dos ativos de infraestrutura. “Independentemente das premissas macroeconômicas e do cenário político, sempre tendemos a ter uma visão de longo prazo, pois em infraestrutura os contratos são de 30 anos. Sempre haverá oscilação de juros e questões políticas”, observou.

Cerdeira ressaltou ainda que regulação adequada e bons contratos serão fatores sempre levados em consideração no momento de ampliar o portfólio. “Se o ativo tiver bons fundamentos, vamos ter apetite. Vamos continuar a investir na região.”

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