Bloomberg Línea — Em meio à discussão crescente sobre a transição energética pelas petroleiras, a Petrobras (PETR3, PETR4) reforçou nesta sexta-feira (08) que o aumento da produção de petróleo continua sendo uma prioridade dentro do planejamento estratégico da companhia.
Segundo a diretora executiva de exploração e produção, Sylvia dos Anjos, a empresa segue em busca de oportunidades no Brasil e também no exterior.
“Nossa estratégia é sempre focar na reposição de reservas, estamos buscando no Brasil e fora do país, onde temos grande conhecimento, como é o caso da África”, disse a jornalistas.
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Mais tarde, a executiva detalhou em teleconferência com investidores que a estatal deve buscar novas oportunidades nas chamadas bacias conjugadas, que têm semelhanças geológicas com aquelas operadas pela Petrobras nas bacias de Santos e Campos, principalmente no pós-sal.
“Nossa meta é buscar oportunidades que sejam economicamente viáveis e lucrativas para a Petrobras”, disse dos Anjos, citando as recentes aquisições da companhia em São Tomé e Príncipe e na África do Sul. A estatal também avalia ativos na Namíbia.
A CEO da Petrobras, Magda Chambriard, reforçou que a produção de petróleo é uma das grandes prioridades da companhia. A executiva foi questionada sobre as negociações para uma possível recompra da refinaria de Mataripe, na Bahia, atualmente de propriedade da Acelen.
“A recompra de Mataripe é um tema que não é nossa prioridade, mas, sim, a produção [de petróleo], como lidamos com a transição energética e a garantia de novos produtos de forma renovável e mais eficiente”, afirmou Chambriard.
Dos Anjos ressaltou que a Petrobras quer perseguir a autossuficiência de petróleo alcançada em 2006 por meio da reposição de reservas.
Segundo ela, a companhia tem no plano estratégico de 2024-2028 previsto o montante de US$ 7,5 bilhões para exploração, de três formas: reposição por meio das Bacias de Santos e de Campos, exploração na Margem Equatorial e as buscas fora do país.
Desempenho positivo
Chambriard comemorou que o petróleo passou a ser o principal produto da pauta de exportação do país, ultrapassando o farelo de soja. A Petrobras, lembrou a executiva, representa cerca de 90% da produção nacional de óleo e gás e 31% da energia primária gerada pelo país.
“Fomos capazes de ofertar ao país uma imensa contribuição. Os resultados sólidos e consistentes alcançados no terceiro trimestre ultrapassaram as melhores expectativas do mercado. Entendemos que estamos no caminho certo”, disse a executiva.
O lucro líquido recorrente da estatal alcançou US$ 5,9 bilhões no terceiro trimestre, enquanto o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recorrente foi de US$ 11,6 bilhões no período. Analistas de bancos estimavam um lucro líquido entre US$ 5 bilhões e US$ 5,5 bilhões para a petroleira no trimestre.
“O lucro líquido reflete principalmente os ganhos da valorização do dólar no resultado financeiro da companhia”, disse o diretor executivo financeiro e de relacionamento com investidores, Fernando Melgarejo.
Ele acrescentou que a companhia tem um espaço considerável para fazer ajustes em um eventual ambiente de queda do Brent. “Fazemos diversos cenários, verificando se o nosso plano é adequado com a baixa significativa do barril.”
Segundo ele, a cada US$ 10 de queda do Brent, haveria uma redução de US$ 4,5 bilhões por ano no fluxo de caixa operacional. “Mas o mundo gira, tem a questão do dólar, se somos mais ou menos intensivos em derivados, que têm mais valor agregado”, afirmou.
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