Para Morgan Stanley, mercado automotivo é lucrativo só para alguns players

Para Adam Jonas, managing director e analista do banco de Wall St, modelos de GM e Ford são caros demais para os consumidores americanos e ainda há a guerra de preços que vem da China

Linha de produção automotiva nos EUA: setor sofre a concorrência e a guerra de preços de players da Ásia
Por David Welch
26 de Setembro, 2024 | 11:03 AM

Bloomberg — Para a equipe de equity research do Morgan Stanley, os carros da GM e da Ford são caros demais para os consumidores americanos e uma guerra de preços na China prejudicará os resultados das empresas.

Essa visão da indústria automotiva faz parte de um relatório enviado nesta semana a clientes, assinado pelo managing director e analista Adam Jonas, que lidera a área de Global Auto & Shared Mobility Research.

Segundo ele, as duas montadoras enfrentam desafios em ambos os mercados.

Jonas estimou que as montadoras chinesas têm produzido quase 9 milhões de unidades a mais do que vendem localmente e isso é direcionado para outros países, como os EUA, fato que pressiona os preços e torna o mercado não lucrativo para todos, exceto para alguns participantes.

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Mesmo com o início da queda das taxas de juros, o pagamento mensal médio dos veículos nos EUA ultrapassa US$ 700 por mês, o que afasta muitos consumidores das concessionárias.

Diante dos ganhos de participação de mercado das montadoras japonesas e coreanas, Jonas vê pouca vantagem para as duas tradicionais empresas de Detroit.

A acessibilidade para a compra de carros nos EUA é “muito grande”, escreveu ele em uma nota aos clientes.

“A estrutura do setor não mudou. O estoque está nos níveis pré-Covid. Os nomes japoneses, coreanos e de veículos elétricos estão ganhando participação. Os outros estão sendo pressionados. Os EUA têm todo o ônus com a queda dos preços, a queda do mix, o aumento dos custos e a menor participação.”

As ações da GM caíram 4,87% em Nova York nesta quarta-feira (25), mas acumulam ganhos acima de 25% neste ano; e as da Ford caíram 2,30% e perdem cerca de 12% neste ano.

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