Para Latam Airlines, ainda há espaço para crescer na América do Sul, diz CEO

Em entrevista à Bloomberg News, Roberto Alvo diz que o grupo aéreo conta com força financeira para aproveitar a oportunidade de crescimento na região; capacidade deve subir 16% neste ano

O Latam Airlines Group diz que está preparado para o momento de retomada do mercado (Foto: Cristobal Olivares/Bloomberg)
Por Carolina Gonzalez
25 de Outubro, 2024 | 10:32 AM

Bloomberg — O Latam Airlines Group, o maior player do setor aéreo da América do Sul, ainda vê muito espaço para crescimento na região, mesmo depois de aumentar as previsões de resultados financeiros para este ano.

“Agora temos a força financeira para definir como queremos aproveitar a oportunidade de crescimento em uma região que é pouco penetrada”, disse o CEO Roberto Alvo em uma entrevista à Bloomberg News em Nova York.

”As distâncias entre as principais cidades são medidas em centenas e milhares de quilômetros. Em muitos casos, não há alternativa às viagens aéreas e, portanto, a região está pronta para crescer e nós temos a frota e a situação financeira para aproveitar esse crescimento.”

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A Latam Airlines organizou um Investor Day na Bolsa de Nova York (NYSE) na terça-feira (22), em que a empresa disse que espera aumentar a capacidade, medida em assentos-quilômetros disponíveis, em até 16% em 2024 em comparação com o ano passado.

Espera-se que esse crescimento diminua para um único dígito alto em 2025 e para um dígito médio a alto em 2026. A empresa também destacou que a liquidez atual representa 27% da receita e que o Ebitdar ajustado deve chegar a US$ 3,4 bilhões no próximo ano.

Totens para check-in da Latam Airlines no aeroporto internacional de Santiago (Foto: Cristobal Olivares/Bloomberg)

Outras companhias aéreas da região, especificamente no Brasil, enfrentam dificuldades.

A Azul (AZUL4) está em negociações com credores e busca levantar recursos por meio de novas dívidas, enquanto a Gol Linhas Aéreas passa pela reestruturação no escopo do Chapter 11 da legislação americana e se prepara para também levantar capital que permita a saída do processo.

A Latam, por outro lado, está de volta com força total e recentemente retornou à NYSE com uma oferta de ADRs, os recibos de ações listadas em outro mercado. Um grupo de acionistas levantou US$ 456 milhões em uma oferta pública em julho, e as ações subiram 15% desde então.

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O CEO do Latam Airlines Group disse que não vê necessidade de levantar mais capital por enquanto, já que a empresa tem um balanço considerado sólido e um nível de alavancagem adequado.

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A companhia aérea sul-americana também recorreu aos mercados globais de dívida no início deste mês, ao vender US$ 1,4 bilhão em notas em dólares.

Alvo disse que há uma oportunidade de refinanciar US$ 700 milhões em dívidas no fim de 2025, o que está sendo analisado.

Mas, apesar das perspectivas favoráveis, a Latam não está imune aos desafios que afetam o setor de aviação no mundo de forma mais ampla, que vão de fabricantes de motores a fornecedores de aeronaves.

Alvo explicou que a empresa decidiu não eliminar uma quantidade significativa de aeronaves para manter o crescimento e contar com um plano de frota que tenha visibilidade para os próximos 12 meses.

"Sentimo-nos bastante confortáveis com nossa capacidade de entregar esse crescimento, apesar dos problemas que nossos fornecedores mais importantes estão enfrentando, os quais, acredito, terão um impacto relativamente duradouro no setor, pelo menos nos próximos anos", disse ele.

- Com a colaboração de Vinícius Andrade.

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