Para Geração Z, alinhar valores com empresas melhora saúde e engajamento

Sete em cada dez jovens que trabalham em ambientes alinhados a seus valores pessoais consideram sua saúde boa ou excelente, revela estudo da empresa de planos de saúde Alice

¿Cómo mantenerse vigente en el mercado laboral después de los 30 y los 40 años?
07 de Novembro, 2024 | 09:26 AM

Bloomberg Línea — O alinhamento entre os valores dos colaboradores e os de companhias é determinante para a saúde de novas gerações que estão no mercado de trabalho e, por tabela, para o seu engajamento e a sua performance. É o que aponta uma pesquisa recém-concluída da empresa de planos de saúde Alice em parceria com a Beneficência Portuguesa, o Grupo Fleury e a Flash.

O estudo “Pulso RH”, que entrevistou 1.046 pessoas, incluindo jovens da Geração Z (na faixa de 16 a 29 anos) e millennials (de 30 a 43 anos), revelou que sete em cada dez jovens (71,4%) que trabalham em ambientes alinhados a seus valores pessoais consideram sua saúde boa ou excelente.

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Foram ouvidos profissionais de todas as classes sociais e de todas as regiões do Brasil.

Por outro lado, entre aqueles que entendem que existe um desequilíbrio, a proporção cai para 43,8%.

Sarita Vollnhofer, CHRO (executiva-chefe de RH) da Alice, disse que compreender as expectativas dos “zoomers” é essencial para empresas que desejam atrair e engajar essa geração de forma eficaz.

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“Para garantir isso, as empresas precisam começar na atração dos talentos, sendo muito transparentes sobre a cultura, alinhando as expectativas e a missão da empresa em relação a esses profissionais. E, ao longo do processo, é dar espaço para que o candidato conheça mais sobre a empresa, disse à Bloomberg Línea.

Segundo Vollnhofer, há uma transição geracional que exige adaptações por parte das organizações.

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“A Geração Z chegou ao mercado de trabalho com uma mentalidade diferente das anteriores, e entender o que é importante para esse grupo é crucial para as empresas que querem construir equipes de alta performance e engajadas”, afirmou.

O estudo, em sua terceira edição, também evidencia diferenças na maneira como cada geração vê o trabalho em suas vidas.

Para 40,9% da Geração Z, o trabalho representa “um pouco do que são”, uma visão considerada mais pragmática e menos centralizada em torno da carreira, em comparação com 43,2% dos millennials, que enxergam o trabalho como “muito do que são”, com maior engajamento natural.

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Esse entendimento se reflete na busca da Geração Z por um equilíbrio maior entre vida pessoal e profissional, além de autonomia e flexibilidade como condições prioritárias.

“Os mais jovens veem o trabalho como uma fonte de receita, como uma atividade que vai gerar um salário para que eles consigam cobrir seus gastos”, afirmou.

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Para a executiva da Alice, os resultados do estudo “Pulso RH” apresentam uma mensagem clara: empresas precisam desenvolver estratégias para lidar com questões de saúde mental e oferecer ambientes que promovam o bem-estar e o crescimento profissional da Geração Z.

“Um modelo de trabalho que valorize a autonomia e permita que as pessoas organizem suas tarefas de forma flexível pode trazer resultados expressivos para essa geração. Além disso, cobertura para atendimento psicológico e psiquiátrico é essencial para que os jovens profissionais sintam o compromisso da empresa com seu bem-estar”, disse a executiva.

A Alice, fundada pelos empreendedores André Florence, Guilherme Azevedo e Matheus Moraes em junho de 2020, atua como uma empresa de planos de saúde com foco na atenção primária e na gestão proativa de seus membros. Levantou mais de R$ 800 milhões com investidores como SoftBank, Kaszek e ThornTree Capital Partners e alcançou receitas anuais acima de R$ 300 milhões.

Saúde mental importa

A saúde mental continua a ser um ponto importante para os mais jovens. Problemas relacionados ao trabalho foram citados por 19,9% da Geração Z como limitadores em suas carreiras, enquanto o desequilíbrio entre vida pessoal e profissional é apontado como um obstáculo por 15,5% dos entrevistados.

A flexibilidade e o suporte à saúde mental são prioridades: 48,8% dos jovens disseram que a flexibilidade nos momentos de necessidade pessoal é a prática de gestão mais valorizada.

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“Precisamos relembrar que a Geração Z também foi muito impactada pela pandemia e pela situação econômica. Essa geração é muito mais conectada e tem uma dificuldade maior de enxergar a médio prazo, querendo tudo de forma mais instantânea”, afirmou.

No contexto da saúde mental, o estudo também apresentou o Score Magenta, um indicador desenvolvido pela Alice para avaliar a qualidade de vida em diferentes dimensões, como saúde mental, alimentação, sono e hábitos saudáveis. A pontuação da Geração Z (666 de 1.000) fica abaixo da média das demais gerações.

Para endereçar - e reduzir potencialmente - essa diferença, Vollnhofer disse que empresas podem trabalhar para aumentar a flexibilidade e os benefícios oferecidos.

“As empresas podem oferecer mais benefícios em relação à saúde mental de forma mais flexível. Espaços no escritório para necessidades específicas, como sala de amamentação e descompressão, também podem ajudar. Além disso, oferecer um modelo híbrido para os funcionários”, disse.

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.