PagBank alcança recordes no trimestre e eleva projeção de lucro e TPV no ano

Com oferta de adquirência e serviços financeiros, companhia que atende PJs ganha market share da Cielo e atrai clientes maiores; foco no crédito segue em produtos de menor risco, diz CEO

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Bloomberg Línea — O PagBank (PAGS) reportou nesta terça-feira (20) depois do fechamento do mercado um lucro líquido recorrente de R$ 542 milhões no segundo trimestre. O valor recorde representa um aumento de 31% em 12 meses. A companhia elevou a projeção - o guidance - para o lucro líquido de 2024.

O resultado superou o consenso de analistas consultados pela Bloomberg, que apontava um média de R$ 521,6 milhões para o lucro líquido ajustado acumulado entre abril e junho.

Nas negociações do after market da Bolsa de Nova York, as ações recuavam cerca de 4% por volta das 18h40 de Brasília; no acumulado de 2024, no entanto, a alta se aproxima de 60%.

Já o TPV (volume total transacionado na plataforma) de R$ 124,4 bilhões no período superou o da Stone (STNE), que registrou R$ 111 bilhões, o que posicionou o PagBank como o quarto maior player do mercado de adquirência no Brasil, atrás da líder Rede, do Itaú Unibanco (ITUB4), e de Cielo, do Bradesco (BBDC4) e do Banco do Brasil (BBAS3), e da GetNet, do Santander Brasil (SANB11).

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“Nossa combinação de banking com adquirência tem nos levado a conquistar clientes maiores”, disse o CFO do PagBank, Artur Schunck, em conversa com jornalistas.

Como era esperado por analistas que acompanham o setor, o PagBank se beneficiou do momento negativo da Cielo, que fechou capital na B3 na semana passada e divulgou um resultado trimestral avaliado como fraco, com um TPV de R$ 199 bilhões.

O CFO do PagBank confirmou que a companhia tem atraído clientes de maior faturamento, o que levou a uma revisão positiva do guidance de TPV e de lucro líquido no balanço de 2024.

“Talvez [esse crescimento tenha acontecido] por causa da Cielo, por causa do fechamento [de capital] deles, da distração deles”, disse o executivo.

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O PagBank agora espera um crescimento entre 22% e 28% para o TPV anual, acima do intervalo de 12% a 16% indicado no início do ano. Para o lucro líquido, projeta avanço entre 19% e 25% - antes era de 16% e 22%.

O resultado recorde do segundo trimestre vem no momento em que o CEO da companhia, Alexandre Magnani, está prestes a completar dois anos no cargo. O TPV do segundo trimestre cresceu três vez mais que a média da indústria, segundo a companhia.

O lucro líquido contábil, também recorde, totalizou R$ 504 milhões, incremento anual de 31%. Em banking, a receita cresceu 41% em 12 meses, para o valor recorde de R$ 434 milhões.

Magnani destacou expectativas positivas de aumento de receita com operações online, cross-border e automações, que já representam um terço do TPV da companhia.

No banco digital, o PagBank contabilizou R$ 76,4 bilhões de cash-in, uma alta anual de 52%, que contribuiu para o volume recorde de depósitos de R$ 34,2 bilhões.

O volume de investimentos captados nos CDBs emitidos pelo banco avançou 127% em 12 meses, enquanto os saldos em conta Pagbank cresceram 39%.

Crédito em produtos de menor risco

“O novo foco continua no crédito, em linhas com garantia, em concessão com baixo risco. Mas também voltamos a originar crédito sem garantia, em linhas específicas, como cheque especial e capital de giro, além de ajustes em limites das contas”, afirmou Magnani.

A inadimplência no PagBank está sob controle, segundo os executivos.

“Em crédito com recursos livres, nosso indicador ficou em 3,2%, abaixo do 4,6% da média do mercado calculada pelo Banco Central”, disse o CFO.

Para o segundo semestre, o PagBank vê espaço para aumentar a participação de mercado com foco no seu público core, o segmento MPME (Micro, Pequenas e Médias Empresas), que respondeu por 67% do TPV.

A companhia fechou junho com 31,6 milhões de clientes, com aumento de 2,2 milhões em 12 meses. Desse total, 17,7 milhões são considerados clientes ativos.

No segundo trimestre, a carteira de crédito do PagBank cresceu 11% em 12 meses, para R$ 2,9 bilhões. As alavancas para esse desempenho foram produtos de baixo risco e alto engajamento, como crédito consignado e antecipação do saque-aniversário do FGTS, além de outras linhas.

“No portfólio de cartões, temos feito ajustes de limites para os melhores clientes, privilegiando quem tem risco mais baixo”, afirmou o CEO, que lembrou que esse produto é garantido principalmente por depósitos em CDBs.

A margem bruta ficou em 40% no primeiro semestre. O PagBank manteve a projeção de fechar 2024 com o indicador acima de 40%.

“Ainda trabalhamos com o cenário de manutenção da taxa Selic em 10,50% ao ano. Vimos outras casas atualizando projeções considerando uma elevação do juro. Se isso ocorrer, provavelmente vamos alterar nossa projeção e comunicar ao mercado quando tivermos clareza”, disse o CFO.

Para Eric Oliveira, diretor de RI, ESG, Inteligência de Mercado e Pesquisa Macroeconômica do PagBank, a margem bruta da companhia está saudável e equilibra crescimento com rentabilidade.

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