Bloomberg — A Oncoclínicas deve esclarecer se um dos seus acionistas-chave é obrigado a fazer uma oferta pública após expandir sua participação, segundo notificação enviada pela Associação Brasileira de Investimento, Crédito e Consumo, que representa alguns dos acionistas minoritários da companhia.
A Abraicc, como a associação é conhecida, pediu à empresa para determinar se a Centaurus Brazil Holdings LLC precisa fazer uma oferta para comprar ações de terceiros após sua participação ultrapassar o limite de 15%, de acordo com um documento visto pela Bloomberg News.
A associação argumenta que o Goldman Sachs, que no passado teve uma participação de 93,52% na empresa, fez uma reorganização em seus veículos de investimento, surgindo a Centaurus, que agora tem 16% das ações da empresa.
A regra da empresa define que uma oferta pública é obrigatória quando um investidor atinge percentual igual ou superior a 15% das ações, o que a notificação argumenta ser o caso da Centaurus por não ser um veículo do Goldman Sachs.
As ações da Oncoclínicas (ONCO3) chegaram a subir 9,5% na B3.
A companhia diz que está em período de silêncio, portanto não pode comentar o tema. A notificação pede uma resposta da Oncoclínicas nos próximos 5 dias.
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É rara uma situação como essa no Brasil, disse Bruno Rignel, CIO da Alpha Key Capital Management. O estatuto da companhia estabelece que o preço de aquisição em uma possível oferta pública deve ser de pelo menos 120% do maior preço da ação ou de qualquer aumento de capital realizado nos 12 meses anteriores.
“O prêmio é muito grande em relação aos preços atuais, acho improvável. Em outras situações parecidas, alguns acionistas se juntaram e tiraram o poison pill”, disse Rignel.
As ações da empresa dispararam mais de 100% em um mês na bolsa de valores de São Paulo. A Latache Gestão de Recursos também aumentou sua participação na empresa no período, atingindo 10,2%, de acordo com um comunicado da empresa.
A notificação ocorre em um momento em que empresas trabalham para abandonar o mercado de ações do Brasil, juntando-se a dezenas que saíram nos últimos anos, à medida que as altas taxas de juros minam as avaliações.
Em agosto, a processadora de pagamentos Cielo saiu da lista após uma oferta pública de aquisição de seus acionistas controladores.
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