Objetivo agora é recuperar ativos que Credit Suisse perdeu, diz CEO do UBS

Em entrevista à Bloomberg TV, Sergio Ermotti diz que quer atrair de volta o máximo dos US$ 200 bilhões de ativos que clientes retiraram antes da venda em março

'Estamos contando em recuperar o máximo possível dos US$ 200 bilhões que perdemos nos últimos trimestres'
Por Marion Halftermeyer - Myriam Balezou
01 de Setembro, 2023 | 02:10 PM

Bloomberg — Em seu primeiro trimestre no comando do UBS (UBS), que marca a aquisição do Credit Suisse pelo banco, Sergio Ermotti registrou um lucro que vai ficar - literalmente - para a história.

Agora vem a parte difícil: reconquistar mais de US$ 200 bilhões em ativos que os clientes do Credit Suisse haviam retirado nos trimestres que antecederam sua aquisição pelo UBS.

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“Estamos contando em recuperar o máximo possível dos US$ 200 bilhões que perdemos nos últimos trimestres”, disse Ermotti em entrevista à Bloomberg TV na quinta-feira (31).

Ermotti, que retornou ao UBS em abril para supervisionar uma das maiores fusões já realizadas no setor financeiro global, busca realinhar o banco combinado em torno de um negócio de gestão de recursos cujos ativos aumentaram para mais de US$ 5 trilhões.

Depois de passar seu primeiro período à frente do UBS transformando-o em uma gestora de patrimônio considerada modelo na esteira do seu quase colapso na crise financeira de 2008, o CEO sinalizou que fechará aproximadamente dois terços do banco de investimento do Credit Suisse.

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Isso destaca a magnitude dos cortes de empregos que virão à medida que o banco suíço absorve seu ex-rival. O UBS pretende reduzir sua força de trabalho global de 120.000 funcionários em cerca de 30%, de acordo com a Bloomberg News.

Essa retração não será uma tarefa fácil, mas, mesmo nas áreas em que cortes profundos não são esperados, o desafio que Ermotti enfrenta é grande.

“Será necessária paciência por parte dos investidores, uma vez que a integração não deverá ser substancialmente concluída até o final de 2026, e persistem questões, especialmente em relação aos esperados US$ 10 bilhões de economia bruta de custos e aos planos de retorno de capital, que provavelmente permanecerão em modo de espera”, disse Alison Williams, analista sênior da Bloomberg Economics.

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Gestão de patrimônio e ativos

O foco central da estratégia de Ermotti, o negócio de gestão de patrimônio e ativos, deve contrariar anos de instabilidade no Credit Suisse que permitiram que concorrentes atraíssem banqueiros privados seniores.

Para interromper a perda de talentos, o UBS lançou programas de incentivo, oferecendo aos gerentes de ambas as empresas 15 pontos-base, ou US$ 0,15 para cada US$ 100 em novos recursos de clientes que consigam trazer, conforme relatado anteriormente pela Bloomberg News.

Esses esforços começaram a dar resultados nos últimos meses: o Credit Suisse começou a registrar entradas de capital em seu negócio de gestão de patrimônio em junho e já contribuiu com US$ 1 bilhão em novos ativos líquidos para o terceiro trimestre até o momento, elevando o total para o UBS como um todo para US$ 8 bilhões.

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No entanto os executivos do UBS reconhecem que, apesar dos sinais promissores, o banco enfrentará ventos contrários nos próximos meses, enquanto os banqueiros de private banking do Credit Suisse que saíram buscam atrair seus antigos clientes para o novo empregador. Em média, esse processo pode levar de seis meses a mais de um ano.

Quando o UBS sofreu grandes saídas de recursos após seu resgate pelo governo durante a crise financeira de 2008, o banco conseguiu recuperar todos os ativos em três anos, disse Ermotti.

Na época, apenas 2% dos clientes que retiraram ativos realmente fecharam suas contas no UBS. O Credit Suisse está em uma situação semelhante, mas o número de contas fechadas é maior, tornando a recuperação de seus ativos uma tarefa mais difícil, disse ele.

“É difícil. Não somos complacentes”, disse Ermotti. Mas os “tempos de instabilidade acabaram.”

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