O que o aceno de Tim Cook à China diz sobre os planos da Apple

O CEO da gigante de tecnologia participa de discussões com o primeiro-ministro chinês juntamente com mais 20 líderes corporativos

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Bloomberg — O CEO da Apple (AAPL), Tim Cook, se juntou a mais de 20 líderes corporativos em discussões com o primeiro-ministro da China nesta segunda-feira (25), em um momento em que as empresas globais enfrentam possíveis interrupções no comércio e incertezas econômicas.

Esta é a terceira vez que Cook visita o país neste ano. Juntou-se a ele alguns dos principais executivos de empresas globais, como Rio Tinto, Corning e Charoen Pokphand, em uma reunião privada com Li Qiang, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, que pediram para não serem identificadas.

Os chefes das empresas chinesas, que incluem os diretores do Lenovo e do ICBC, também participaram das discussões focadas na cadeia de suprimentos e em questões comerciais, de acordo com uma lista de convidados vista pela Bloomberg News. O evento ocorre antes de uma exposição sobre cadeia de suprimentos em Pequim, que começa nesta terça-feira (26).

A reunião marca o primeiro encontro de alto nível entre corporações estrangeiras e uma autoridade sênior de Pequim desde que Donald Trump ganhou um segundo mandato de quatro anos.

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Empresas de todo o mundo se preparam para a ameaça do presidente eleito de aumentar as tarifas sobre os produtos chineses.

Li disse que Pequim é contra a dissociação e pediu esforços para manter a estabilidade da cadeia de suprimentos global, informou a Rádio Nacional da China. Ele também prometeu continuar a desenvolver a economia chinesa.

As interrupções no comércio são uma fonte de preocupação especialmente para a Apple, que fabrica a maioria de seus iPhones por meio da Foxconn no país e considera a China seu maior mercado depois dos EUA.

No mês passado, o CEO da Apple esteve na capital e prometeu seguir com seus investimentos no país e também ressaltou seu papel vital nas operações globais da fabricante do iPhone.

Na segunda-feira, Cook fez questão de enfatizar a importância da cadeia de suprimentos chinesa durante breves observações feitas por uma conta de mídia social vinculada à emissora estatal China Central Television.

″Eu os valorizo muito. Não poderíamos fazer o que fazemos sem eles”, disse Cook em resposta a uma pergunta sobre os parceiros chineses da Apple.

Este ano, Pequim assumiu um papel mais ativo no incentivo ao investimento estrangeiro, já que a economia continua atolada em um funk pós-Covid.

A AmCham China - representada pelo presidente Michael Hart na reunião com Li - disse que as discussões se concentraram em oportunidades para fortalecer a resistência da cadeia de suprimentos e expandir o envolvimento bilateral e multilateral. Esta é a primeira vez que a AmCham China se reúne com um premiê chinês desde maio de 2022.

Li realizou pela última vez uma mesa redonda com executivos de negócios estrangeiros antes da China International Import Expo em Xangai no início deste mês. Desde a vitória de Trump nas eleições, ele escolheu vários falcões da China para cargos importantes em seu novo governo.

Também estiveram presentes na reunião o bilionário tailandês Dhanin Chearavanont, o presidente da Sumitomo, Matsumoto Masayoshi, Robin Zeng, da Contemporary Amperex e Li Dongsheng, presidente da TCL Technology.

No fim de semana, Jensen Huang, presidente da Nvidia, esteve em Hong Kong para receber um título honorário.

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