O que a venda de fatia da Aston Martin revela sobre o novo patamar da F1 nos EUA

Na semana da disputa do GP de Las Vegas, o bilionário canadense Lawrence Stroll, pai do piloto Lance Stroll, vende uma participação na equipe com valuation de US$ 1,2 bilhão

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Bloomberg — O bilionário canadense Lawrence Stroll vendeu uma participação minoritária na equipe de Fórmula 1 Aston Martin para a empresa de private equity dos Estados Unidos Arctos Partners.

O investimento da Arctos, que possui uma participação no Boston Red Sox e no grupo que é dono do Liverpool Football Club, o Fenway Sports Group, avalia a equipe de Fórmula em cerca de 1 bilhão de libras (US$ 1,2 bilhão), de acordo com uma pessoa familiarizada com o acordo.

É a primeira vez que Stroll vende ações na equipe de F1, pela qual seu filho Lance compete. Ele também é o maior acionista da Aston Martin Lagonda Global Holdings, a fabricante britânica de carros de luxo. O outro piloto de F1 da Aston Martin, o espanhol Fernando Alonso, está atualmente em quarto lugar na classificação do Mundial em 2023.

A Bloomberg News noticiou no mês passado que a equipe da Aston Martin havia sido abordada por potenciais apoiadores.

“As equipes de Fórmula 1 se valorizaram significativamente nos últimos anos devido à popularidade do esporte, devido aos limites de custos”, disse Stroll na sede da F1 da Aston Martin em Silverstone, na Inglaterra. “Então, tivemos conversas, mas não há nada em andamento.”

O acordo ocorreu às vésperas do muito esperado Grande Prêmio de Las Vegas neste fim de semana e mostra o crescente apelo da Fórmula 1 nos Estados Unidos, disse a equipe da Aston Martin em comunicado na quinta-feira (16).

“Minha equipe comercial veio até mim e disse que realmente sentimos que há algumas ótimas sinergias, há algumas ótimas oportunidades comerciais ao trabalhar com essas equipes, especialmente com o foco e o crescimento nos Estados Unidos”, disse Stroll em entrevista à Bloomberg Television, referindo-se aos investimentos que a Arctos possui em ativos esportivos.

É o mais recente de uma série de acordos e valorizações crescentes na Fórmula 1, que viu sua popularidade disparar nos Estados Unidos, em grande parte devido ao sucesso da série documental da Netflix “Drive to Survive”.

“A Liberty está envolvida com a F1 há cerca de sete anos e, literalmente, quando começamos, a equipe de baixo [na classificação] foi vendida por uma libra”, disse Greg Maffei, CEO da controladora Liberty Media, no programa “The Close” da Bloomberg TV.

“Agora, as equipes de baixo valem perto de um bilhão de dólares, talvez US$ 750 milhões, e as equipes de ponta provavelmente valem US$ 3 bilhões.”

Em junho, a equipe de F1 da Renault Alpine garantiu € 200 milhões (US$ 217 milhões) da RedBird Capital e da Otro Capital, além dos atores Ryan Reynolds e Rob McElhenney, avaliando-a em € 800 milhões.

A MSP Sports Capital liderou uma rodada de financiamento na equipe de F1 da McLaren em dezembro de 2020, que também incluiu Rob Walton, herdeiro da Walmart, conforme noticiado pela Bloomberg News no mês passado. O investimento avaliou a McLaren em £ 560 milhões, disse a empresa na época.

Las Vegas é o terceiro Grande Prêmio de F1 a ser realizado nos EUA nesta temporada, após corridas em Miami e Austin. A Liberty Media investiu pesadamente na promoção do esporte nos EUA desde a compra da categoria mais popular do automobilismo mundial em 2017.

O financiamento para a equipe de F1 ocorre enquanto Stroll continua a tentar reverter a situação da montadora listada, que ele resgatou em 2020. Desde então, o grupo realizou múltiplas captações de recursos, atraindo investidores como o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita.

“Que fique muito claro, a equipe não precisa de dinheiro. Somos lucrativos”, disse Stroll na entrevista à Bloomberg TV.

Os termos e a avaliação do acordo de F1, que deve ser concluído até o final do ano, não foram divulgados. O Raine Group assessorou a Aston Martin no investimento.

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