Bloomberg Línea — Com o racional de acrescentar uma nova frente de crescimento, a Armac acertou a aquisição do controle da Terram Engenharia de Infraestrutura, em negócio que dá origem a um novo player dominante na indústria da construção civil. O acordo foi comunicado em fato relevante na noite de quarta-feira (29) e a iminência do acerto havia sido antecipada há duas semanas pela Bloomberg Línea com base em fontes.
A Armac, empresa que é a maior do mercado de locação de máquinas pesadas para a construção, vai pagar R$ 65 milhões por 65% do capital da Terram, que foi avaliada em R$ 100 milhões e não tem dívidas. O pagamento será metade à vista, e o restante, em quatro parcelas semestrais.
Há opção de compra dos demais 35% da companhia daqui a cinco anos, em 2029.
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A Terram, fundada há quarenta anos por José Roberto Briguenti e Sabino Muniz, é considerada pioneira e um dos principais players em terraplanagem para grandes indústrias e galpões logísticos, com serviços que vão da análise de terrenos prospectivos à concepção dos projetos e à movimentação de terra. No seu portfólio estão obras para empresas como Vale, Itaú, Coca-Cola e Votorantim.
“A parceria com os fundadores da Terram adiciona mais uma oferta ao nosso portfólio e, por extensão, mais um vetor de crescimento estratégico para a Armac”, disse a companhia no fato relevante.
“Esse novo vetor de crescimento se beneficiará como todos os outros de nossa competência de manutenção e oficina central, da escala e intercambialidade de nossa frota e dos relacionamentos comerciais da Armac”, completou a companhia (ARML3), que é listada na B3.
Segundo o fato relevante, a Terram conta com 325 colaboradores e cerca de 300 máquinas da chamada linha amarela, voltadas para a construção civil, avaliadas em conjunto em R$ 70 milhões. Tem faturamento anualizado de R$ 150 milhões e lucro líquido de R$ 30 milhões.
Com o acordo, Guilherme Briguenti, filho do fundador e diretor comercial da Terram desde 2010, assume a presidência da companhia de terraplanagem na nova fase sob controle da Armac, que foi fundada por José Augusto C. Aragão há 30 anos.
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O atual CEO da Armac é Fernando Aragão, filho do fundador e que trabalhou anteriormente na área de financial advisory na Rothschild & Co. O controle da empresa é familiar, e outros acionistas relevantes são a Gavea Investimentos, por meio do fundo Speed, e o Opportunity.
A Armac teve receitas brutas de quase R$ 1,5 bilhão e Ebitda de R$ 641 milhões em 2023, em ambos os casos com crescimento anual na casa de 40%.
Conta com mais de 10.200 máquinas, principalmente da linha amarela, como escavadeiras hidráulicas, retroescavadeiras, tratores de esteira, motoniveladoras, rolos compactadores, empilhadeiras e geradores. A mineração é um dos principais setores para locação, além de infraestrutura e agronegócio.
A Armac é listada na bolsa brasileira desde julho de 2021, em um dos IPOs mais concorridos antes do encerramento da janela para ofertas iniciais. Na ocasião, a ação foi precificada no topo da faixa indicativa - a R$ 16,63 - e a oferta movimentou R$ 1,5 bilhão. Na quarta (29), fechou negociada a R$ 10,02.