Bloomberg — A China exibiu suas credenciais na fabricação de aeronaves ao realizar um sobrevoo da Baía de Victoria, em Hong Kong, com um avião de passageiros fabricado domesticamente.
A Commercial Aircraft Corp of China., nome oficial da fabricante Comac, fez seu avião C919 dar duas voltas ao redor da baía na manhã deste sábado (16), voando tão baixo quanto 700 pés (213 metros), de acordo com os dados ao vivo do FlightRadar24.
A última aeronave nova de grande porte a fazer um sobrevoo de baixa altitude na Baía de Victoria foi um Airbus A380 em 2007.
A Comac afirmou ter recebido 1.061 pedidos para seu C919, projetado para competir com as aeronaves de “corpo estreito”(narrowbody) da Airbus e da Boeing, como o A320neo e o 737 MAX, respectivamente.
Até agora, apenas três estão operando comercialmente, todos em voos domésticos na China. A empresa estatal também exibiu sua aeronave menor, ARJ-21, em Hong Kong durante a semana.
O C919 tem sido um projeto marcado por atrasos devido a testes e problemas de produção desde o início do desenvolvimento pela Comac em 2008. Levou até o ano passado para receber a certificação oficial para voar.
Enquanto o ARJ-21 também opera na Indonésia, o C919 ainda não conseguiu conquistar um cliente internacional. As encomendas de companhias aéreas chinesas ultrapassaram 1.000, embora levará vários anos para serem entregues.
A China Eastern Airlines, a primeira cliente e principal compradora do C919, fez um pedido adicional de 100 C919s em setembro no valor de US$ 9,9 bilhões.
“A ambição é fazer com que esta aeronave seja uma concorrente global para as aeronaves de corredor estreito da Boeing e da Airbus,” afirmou David Yu, presidente da Asia Aviation Valuation Advisors, em uma entrevista à Bloomberg Television na quarta-feira (13).
“Isso certamente vai levar algum tempo,” disse Yu, observando que a Airbus levou muitos anos para rivalizar com a Boeing. Ele destacou que uma prioridade para a Comac é obter a certificação do C919 por parte dos reguladores dos Estados Unidos e da Europa.
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