Nubank tem receita e lucro aquém de projeções em meio à alta do dólar

Banco teve lucro líquido de US$ 552,6 mi no 4º trimestre e ações caíram até 9% no after market; ‘estamos mais vigilantes com o macro’. diz diretor de RI, Jorg Friedemann, à Bloomberg News

Banco apresentou lucro líquido de US$ 552,6 milhões, abaixo das expectativas dos analistas, no quarto trimestre de 2024
Por Leda Alvim - Daniel Cancel
20 de Fevereiro, 2025 | 07:35 PM

Bloomberg — O Nubank, um dos maiores bancos digitais do mundo, divulgou lucros no quarto trimestre que ficaram abaixo das estimativas dos analistas em meio à alta do dólar ante o real.

As ações caíram 9% nas negociações do after market na quinta-feira (20), depois da divulgação dos resultados, antes de reduzir parte das perdas. Às 19h de Brasília, recuavam 7,2%.

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O Nubank relatou US$ 2,99 bilhões em receita no trimestre até 31 de dezembro, em comparação com uma estimativa mediana de US$ 3,21 bilhões em uma pesquisa da Bloomberg com analistas. O retorno sobre o patrimônio líquido chegou a 29%, em linha com as estimativas.

O lucro líquido, por sua vez, totalizou US$ 552,6 milhões no quarto trimestre, abaixo da estimativa média de US$ 566,4 milhões.

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O banco, que opera no Brasil, no México e na Colômbia, adicionou 4,5 milhões de clientes no trimestre, o que levou o total da base no fim de dezembro para 114,2 milhões.

No ano passado, o dólar subiu mais de 20% ante o real enquanto preocupações com o crescente déficit orçamentário do governo desencadearam uma derrocada do mercado.

O banco, por sua vez, tem adotado uma abordagem mais conservadora, dado o cenário de taxas de juros mais altas na maior economia da América Latina.

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“Estamos mais vigilantes em relação ao macro, levando em consideração a volatilidade recente”, disse Jorg Friedemann, diretor de relações com investidores do Nubank, em entrevista à Bloomberg News.

As ações do Nubank (NU), que tem valor de mercado de US$ 64,1 bilhões na Bolsa de Nova York (NYSE), subiram quase 29% no acumulado do ano.

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A empresa com sede em São Paulo, o banco mais valioso da América Latina, atraiu atenção em seus primeiros anos por conceder cartões de crédito de limite baixo e aplicativos móveis fáceis de navegar para atrair clientes.

Empréstimos entre 15 e 90 dias de atraso caíram 30 pontos-base versus o trimestre anterior, para 4,1%, enquanto os inadimplentes há mais de 90 dias recuaram 20 pontos-base, para 7,0%, na mesma comparação.

A melhora reflete uma mudança em direção a “perfis de clientes e produtos de menor risco em cartões de crédito, combinados com uma maior parcela de empréstimos garantidos”, disse o banco em um comunicado.

A ação tem 12 recomendações de compra, nove de manutenção e três de venda, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

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