Bloomberg — A Novo Nordisk, fabricante do Ozempic, deu dois grandes passos para atender à demanda por seus medicamentos, comprometendo-se a investir 8,5 bilhões de coroas (US$ 1,2 bilhão) na construção de uma nova fábrica na Dinamarca, logo após ter recebido o sinal verde para a compra de três grandes instalações no exterior, no valor de US$ 11,7 bilhões.
A gigante farmacêutica dinamarquesa estabelecerá uma unidade de produção de 40 mil metros quadrados e um armazém nos arredores da terceira maior cidade da Dinamarca, Odense, um local completamente novo para a fabricante de medicamentos, disse a Novo em um comunicado na segunda-feira (16).
Leia também: EUA propõem que remédios como Ozempic e Wegovy sejam cobertos para obesidade
Seu acordo maior para as fábricas existentes, anteriormente operadas pelo fabricante contratado Catalent, também deve ser concluído nos próximos dias, depois que a Novo anunciou no sábado que a Comissão Federal de Comércio não contestaria a aquisição.
A Novo está correndo para aumentar a capacidade em todo o seu portfólio depois de ter dificuldades para atender à demanda por seus populares medicamentos para diabetes e perda de peso, que estão enfrentando a crescente concorrência da rival americana Eli Lilly. A Novo espera investir US$ 6,8 bilhões em produção este ano, acima dos US$ 3,9 bilhões em 2023.
A nova fábrica, a cerca de duas horas de carro de Copenhague, será projetada para ser "modular e flexível" e acomodar vários tipos de produtos que tratam doenças raras, como a hemofilia, disse a Novo.
Leia também: Efeito Ozempic: cópias de remédios best-seller criam mercado paralelo bilionário
Longo prazo
A fábrica não dará suporte à produção do Wegovy e do Ozempic no primeiro estágio. No entanto, a Novo comprou o terreno em Odense por causa de seu “potencial de longo prazo” e espera poder expandi-lo no futuro, disse o CEO Lars Fruergaard Jorgensen a repórteres em um evento de inauguração no local da construção na segunda-feira.
Uma vez que os volumes da farmacêutica em tratamentos de doenças raras são “relativamente pequenos”, é provável que medicamentos em outras áreas sejam produzidos lá no longo prazo, disse Fruergaard Jorgensen, observando, no entanto, que nenhuma decisão desse tipo havia sido tomada ainda.
Leia também: Nível de obesidade cai nos EUA enquanto drogas para perda de peso avançam
As ações da Novo subiram até 2,7% em Copenhague. Elas subiram cerca de 10% este ano, superando o ganho de 4% em um índice da Bloomberg que acompanha as empresas farmacêuticas europeias.
A Novo espera que a fábrica crie 400 empregos permanentes quando for concluída, em 2027, enquanto cerca de mil funcionários externos trabalharão durante o processo de construção, que já começou.
Impacto da Novo
Mais significativa para o portfólio de perda de peso da Novo é a compra da Catalent. A Novo está adquirindo as três fábricas - duas na Europa e uma nos EUA - como parte de um acordo de três vias, com o principal acionista da Novo, a Novo Holdings, comprando o fabricante por US$ 16,5 bilhões e, em seguida, vendendo as três instalações principais para a farmacêutica.
O sucesso de seu portfólio de obesidade e diabetes transformou a Novo na empresa mais valiosa da Europa e gerou preocupações sobre a dependência da Dinamarca em relação ao sucesso da farmacêutica.
A Novo teve um grande impacto nas regiões em que está localizada, impulsionando o crescimento e os empregos, mas também trouxe desafios para outras empresas, que enfrentam escassez de mão de obra devido à onda de contratações e aos salários atraentes da gigante farmacêutica.
Leia também: Efeito Ozempic: sucesso global alavanca economia na Dinamarca, mas expõe dependência
A empresa garantiu as permissões de planejamento e terreno para a fábrica em Odense no início deste ano. No relatório ambiental apresentado como parte do processo de licenciamento, a Novo traçou planos para expandir potencialmente o local em etapas ao longo de um período de 11 anos.
Veja mais em Bloomberg.com
© 2024 Bloomberg L.P.
