Novo CEO da Starbucks dá recado sobre jornada de trabalho: ‘somos todos adultos’

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Bloomberg — O novo CEO da Starbucks, Brian Niccol, entende que seus funcionários devem estar onde for necessário para realizar seu trabalho. Na maioria das vezes, disse ele, esse local é o escritório.

Em seu primeiro discurso aos funcionários depois de assumir o cargo mais alto da empresa no último dia 9, o executivo exaltou o “poder de ter todos juntos”, mas disse que não diria a eles em que dias específicos deveriam se apresentar na sede da empresa em Seattle ou em que horário, de acordo com uma transcrição de seus comentários no dia seguinte, que obtida pela Bloomberg News.

O acordo de trabalho de Niccol, que permite que ele more na Califórnia e viaje cerca de 1.600 quilômetros até Seattle no jato corporativo da empresa, provocou uma reação inicial de alguns funcionários e críticos externos que disseram que ele estava recebendo tratamento especial, enquanto o restante da empresa precisava estar no escritório três dias por semana.

Outros funcionários disseram que não se importavam com o local de trabalho do CEO, desde que ele não atrapalhasse os arranjos remotos ou híbridos dos demais.

A Starbucks disse que Niccol passará a maior parte de seu tempo no escritório e em visita às lojas da rede em todo o mundo. Um porta-voz da Starbucks confirmou que não houve mudanças na política de três dias no escritório da empresa.

“Este não é um jogo de rastreamento. Este é um jogo de vitória”, disse Niccol, que foi contratado para dar uma guinada na empresa, que sofre com a queda nas vendas.

“Eu me preocupo com o sucesso de todos aqui, e, se o sucesso requer que estejamos juntos com mais frequência, vamos estar juntos com mais frequência.”

No fórum aos funcionários, ele listou comodidades como uma academia no local, uma creche e uma loja da Starbucks como elementos que devem incentivar os funcionários a ir ao escritório.

A empresa também oferece transporte subsidiado, carregamento gratuito de veículos elétricos, armários para bicicletas e transporte para o transporte público nas proximidades.

Os fatores elencados para atrair as pessoas de volta ao escritório contrasta com a “estratégia” adotada nesta semana pela Amazon, que ordenou que os funcionários voltem ao escritório cinco dias por semana a partir de janeiro de 2025.

O CEO da Amazon, Andy Jassy, disse em um comunicado aos funcionários que havia se tornado mais difícil fazer as coisas na Amazon e que trabalhar em casa era parte do problema. Para enfatizar o ponto, ele disse que a empresa também restabeleceria as atribuições permanentes de mesa.

A decisão gerou frustração entre alguns trabalhadores, que disseram que a decisão não é respaldada por dados que mostram que as pessoas também são produtivas fora do escritório.

Os resultados das pesquisas sobre o impacto do trabalho remoto na produtividade variam muito, muitas vezes dependendo do tipo de trabalho estudado.

Também é “altamente dependente” de quão bem ele é gerenciado, de acordo com Nicholas Bloom, professor de economia da Universidade de Stanford que analisou o modelo de trabalho remoto por mais de uma década.

Na Starbucks, alguns funcionários demonstraram preocupação sobre se Niccol aumentaria as exigências de trabalho no escritório ou mudaria os acordos de trabalho remoto para os funcionários que já os têm.

Em seu trabalho anterior como CEO da Chipotle Mexican Grill, Niccol trouxe os funcionários de volta quatro dias por semana.

Niccol não abordou o assunto diretamente durante o fórum interno, de acordo com a transcrição, e não chegou a emitir nenhuma nova ordem.

“Meu ponto de vista é que devemos estar juntos o máximo possível. Você precisa descobrir onde precisa estar para realizar seu trabalho e então fazer isso”, disse ele. “Somos todos adultos aqui.”

-- Com a colaboração de Matthew Boyle.

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