Novo CEO da Boeing ganha US$ 18,4 mi por cinco meses; mas deverá esperar para levar

Kelly Ortberg assumiu em 2024 o desafio de tirar a gigante de aviação de sua maior crise; do ‘total comp’, porém, cerca de US$ 16 milhões virão na forma de ações em até quatro anos

O novo CEO da Boeing, Kelly Ortberg: proventos pelos cinco meses que passou no cargo em 2024 são condicionados ao tempo
Por Julie Johnsson
09 de Março, 2025 | 05:15 PM

Bloomberg — O novo CEO da Boeing (BA), Kelly Ortberg, tem direito a US$ 18,4 milhões de remuneração total - total comp - pelos cinco meses que passou no cargo em 2024, embora ele não possa receber grande parte dos proventos por alguns anos, disse a empresa em um documento na sexta-feira (07).

Cerca de US$ 16 milhões da remuneração de Ortberg são referentes a incentivos baseados em ações que serão adquiridas ao longo de três a quatro anos e foram concedidas quando ele ingressou na Boeing em momento de mudanças na administração e uma grave crise.

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O eecutivo também recebeu cerca de US$ 525 mil em salário e um bônus em dinheiro de US$ 1,3 milhão para “novos contratados”, de acordo com o documento.

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Dave Calhoun, o antecessor de Ortberg, não recebeu nenhuma indenização em dinheiro quando deixou oficialmente a Boeing em 1º de março de 2024.

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O ex-CEO ganhou US$ 15 milhões em compensação total no ano passado, abaixo de um polêmico pagamento de aproximadamente US$ 33 milhões em 2023.

Calhoun também saiu com cerca de US$ 20,7 milhões em ações que serão adquiridas nos próximos 10 anos.

O valor das cerca de 168.000 ações restritas concedidas a Calhoun ao longo de seus cinco anos como CEO diminuiu com a queda das ações da Boeing - que foi de 32% em 2023 -, mas poderá valer muito mais se Ortberg conseguir uma reviravolta.

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Ortberg, uma pessoa de fora da empresa que entrou na Boeing depois de se aposentar da Rockwell Collins, enfatizou a importância de fazer com que a centenária fabricante de aviões volte a se concentrar em suas raízes de engenharia e a reforçar a qualidade em suas fábricas.

Ele levou esse ponto para casa ao se mudar para Seattle, o centro de fabricação da empresa, com a Boeing arcando com cerca de US$ 313.000 do custo da mudança, de acordo com o documento.

Ortberg trabalhou para promover uma cultura mais aberta e colocar a gigante da manufatura em uma situação financeira melhor após anos de perdas.

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Ele também enfrentou conflitos e greves trabalhistas que fecharam as fábricas da empresa por quase dois meses, reguladores que limitaram a produção do 737 até que os lapsos de qualidade e segurança fossem resolvidos e clientes - companhias aéreas - insatisfeitos.

O novo CEO deu continuidade a um plano de usar as mesmas medidas para determinar os bônus para os funcionários de toda a empresa, em vez de estabelecer metas individuais para diferentes unidades de negócios.

Dennis Muilenburg, o antecessor de Calhoun, recebeu até US$ 80,7 milhões quando deixou o cargo no final de 2019, em meio a uma crise provocada por dois acidentes fatais com o 737 Max, que deixaram um total de 346 mortos.

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