Bloomberg — A próxima grande aposta da Amazon (AMZN) pode estar escondida em sua cara estrutura de cadeia de suprimentos (supply chain) que ajudou a transformá-la em uma gigante do e-commerce.
A expansão da companhia em serviços de logística, como transporte e distribuição, poderia eventualmente valer mais de US$ 100 bilhões em receita, segundo Youssef Squali, analista da Truist Securities.
“Ao transformar sua rede logística em uma oferta de serviços para vendedores fora da Amazon, acreditamos que a empresa está transformando uma fonte de custos em uma de lucros”, escreveu em relatório Squali, um entusiasta de longa data da Amazon que mantém recomendação de compra para as ações da empresa desde 2017.
As ações da Amazon subiram 57% na bolsa este ano, à medida que uma mudança para a redução de custos impulsionou os lucros, após as medidas de isolamento social impostas pela covid-19 estimularem o aumento de gastos em espaços como armazéns para acompanhar o aumento de encomendas.
As vendas adicionais ajudariam a impulsionar o crescimento de receita da Amazon, que caiu para 9% no ano passado – na menor expansão até o momento. A projeção é que suba 11% para US$ 570 bilhões em 2023, segundo média de estimativas de analistas compiladas pela Bloomberg.
O “Supply Chain by Amazon” é a iniciativa mais recente da empresa para se tornar um player importante de logística, supervisionando o fluxo de produtos das fábricas até as casas dos clientes em todo o mundo.
A empresa visa substituir uma variedade de companhias que lidam com tarefas como transporte marítimo, alfândega, transporte terrestre e armazenamento de estoque por um serviço único
contínuo.
Os analistas veem a estratégia ecoando a conquista de seu negócio de nuvem, quando a empresa montou o Amazon Web Services para atender às suas próprias necessidades antes de abrir a plataforma para vendedores de terceiros.
“A Amazon tem os dois principais pilares: AWS e varejo”, e sempre houve conversas sobre eles tendo outro pilar, disse Thomas Martin, gerente sênior de portfólio na Globalt Investments, em entrevista. Há “todos os motivos para acreditar que a Amazon vai buscar isso e que eles serão bem-sucedidos no final.”
Apesar de o valuation da Amazon ter caído desde o ano passado, para 34 vezes o lucro projetado para os próximos 12 meses, ele continua sendo considerado um dos mais caros entre as maiores empresas de tecnologia e internet.
Isso dificilmente é um impedimento para Wall Street, onde todos, exceto dois dos 63 analistas que cobrem a empresa e são monitorados pela Bloomberg, têm classificações de compra para as ações. O preço-alvo médio implica ganho de 32% para os papéis ao longo do próximo ano.
“A Amazon é uma ação querida pelo mercado, não com base nos lucros de hoje, mas no que deverá fazer em 2024 e 2025″, disse Martin, da Globalt.
Quanto às ambições de sua cadeia de suprimentos, “as receitas podem levar tempo para aumentar até o ponto em que realmente começarão a dar lucro”, disse ele.
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