Nos EUA, vendas da Michelob Ultra compensam tempos ainda difíceis da Bud Light

AB InBev, maior grupo de cervejas do mundo, teve queda menor que a esperada em volume no segundo trimestre na América do Norte; CEO Michel Doukeris diz que Bud Light tem se estabilizado

Anheuser-Busch InBev Michelob Ultra brand beer bottles, left, at a store in Queens borough of New York, US, on Wednesday, Feb. 28, 2024. Anheuser-Busch InBev is scheduled to release earnings figures on February 29. Photographer: Yuki Iwamura/Bloomberg
Por Sabah Meddings
01 de Agosto, 2024 | 12:35 PM

Bloomberg — As vendas da Michelob Ultra pela Anheuser-Busch InBev ajudaram a maior cervejaria do mundo a compensar a queda na demanda pela Bud Light nos EUA após uma polêmica de marketing.

A maior cervejaria do mundo intensificou a promoção da Michelob Ultra, marca que patrocina a delegação de atletas dos Estados Unidos na Olimpíada de Paris.

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Uma cerveja considerada mais leve e voltada para homens e mulheres, a Michelob Ultra ultrapassou a Bud Light e se tornou a segunda cerveja favorita dos Estados Unidos em julho, atrás apenas da mexicana Modelo Especial, de acordo com analistas do setor.

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De modo geral, os volumes de cerveja da AB InBev na América do Norte caíram 3,2% no segundo trimestre, menos do que os analistas esperavam.

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As ações da AB InBev subiam mais de 2% no começo da tarde desta quinta-feira (1 de agosto) na NYSE. A ação acumula ganhos de cerca de 9% nos últimos 12 meses.

A Bud Light, por sua vez, tem contado com uma estratégia de marketing renovada como parte dos esforços mais amplos da AB InBev para se recuperar no mercado dos EUA. Isso acontece depois de boicotes promovidos por grupos conservadores à marca de cerveja que já foi a mais vendida no país, por causa de uma campanha com um influenciador transgênero no ano passado.

A AB InBev também firmou grandes parcerias esportivas com o UFC e estrelas da música, como Zach Bryan.

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A marca tem se estabilizado e recuperado seu lugar entre os clientes, de acordo com o CEO da AB InBev, Michel Doukeris.

“Continuamos a investir em marcas proprietárias e ativações que todos os clientes adoram”, disse o executivo em uma call com analistas. “A maior parte do investimento nas atividades da Bud Light se concentrará no final do ano com a NFL.”

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Por outro lado, o volume total global caiu 0,8% no segundo trimestre, abaixo das estimativas, devido a uma queda na demanda na China, que foi atingida pelo mau tempo.

Os clientes da China continental, onde a AB InBev vende rótulos globais, bem como as marcas locais Sedrin e Harbin, também têm se retraído na categoria de gastos discricionários - os volumes caíram 10,4%.

A AB InBev não é a única empresa de bebidas a sofrer com um mercado mais desafiador na China.

No início da semana, a rival Heineken divulgou uma baixa contábil de 874 milhões de euros (US$ 945 milhões) em sua participação na maior cervejaria da China continental, devido à fraca demanda dos consumidores.

E, no mês passado, a Remy Cointreau, conhecida pelos conhaques, relatou uma queda nas vendas, uma vez que os consumidores se retraíram na China após o boom dos anos de pandemia.

A AB InBev, fabricante também da Stella Artois, disse que está concentrada em melhorar a eficiência da produção e os esforços de marketing em torno de suas maiores marcas. E reiterou o guidance de crescimento dos lucros para o ano inteiro entre 4% e 8%.

Os analistas da Jefferies afirmaram que a AB InBev havia superado as expectativas com um forte desempenho nos EUA, na América Latina e na África do Sul.

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