Nos EUA, retomada do mercado de capitais dá impulso a ganho recorde do JPMorgan

‘Fees’ em investment banking saltaram 50% no segundo trimestre na base anual, acima do previsto pelo mercado e pelo próprio banco; lucro avançou 25% e também superou projeções

The JPMorgan Chase & Co. headquarters in New York. Photographer: Michael Nagle/Bloomberg
Por Hannah Levitt
12 de Julho, 2024 | 08:49 AM

Bloomberg — O JPMorgan Chase & Co. divulgou na manhã desta sexta-feira (12) um lucro recorde no segundo trimestre de 2024, com impulso das áreas de investment banking e de trading de ações, que superaram as expectativas, além de um ganho multibilionário vinculado a uma troca de ações com a Visa.

Os fees cobrados na divisão de banco de investimento ultrapassaram as estimativas dos analistas de Wall Street, com salto de 50%, enquanto a área de trading de ações registrou um aumento de 21% na receita. A transação com Visa acrescentou US$ 7,9 bilhões ao lucro do segundo trimestre.

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Apesar do custo elevado dos empréstimos, da incerteza persistente causada pelas eleições presidenciais nos EUA e de questões geopolíticas globais, um número maior empresas tem voltado a fazer negócios depois de um longo período de calmaria, e isso permite que os bankers que atuam no mercado de capitais contribuam com uma parcela maior dos resultados de seus bancos.

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Dimon alerta sobre juros

“Houve algum progresso na redução da inflação, mas ainda há várias forças inflacionárias à nossa frente: grandes déficits fiscais, necessidades de infraestrutura, reestruturação do comércio e remilitarização do mundo”, disse o CEO Jamie Dimon em um comunicado nesta sexta-feira. “Portanto, a inflação e as taxas de juros podem permanecer mais altas do que o mercado espera.”

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O JPMorgan, o Citigroup e o Wells Fargo divulgam seus resultados trimestrais nesta sexta, enquanto o Goldman Sachs, o Bank of America e o Morgan Stanley apresentam seus balanços na próxima semana.

Investidores estão ansiosos para ouvir os principais executivos do setor sobre a situação da economia dos EUA e as expectativas para o resto do ano, incluindo o impacto potencial das eleições nos EUA em novembro.

As ações do JPMorgan caíam 0,5% nas negociações antes do pregão à vista em Nova York. As ações dos maiores bancos dos EUA - com exceção do Morgan Stanley - subiram mais de 20% neste ano.

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O maior banco dos EUA obteve um lucro líquido de US$ 18,1 bilhões no segundo trimestre, um aumento de 25% em relação ao recorde anterior de um ano antes e acima das expectativas dos analistas.

O JPMorgan superou as expectativas em seus negócios em Wall Street: os fees de investment banking aumentaram para US$ 2,4 bilhões - bem acima da previsão feita pelo próprio banco no mês passado.

As receitas com trading de ações também superaram as estimativas com um salto para quase US$ 3 bilhões, o que ajudou a elevar o volume total de negociações do JPMorgan para US$ 7,8 bilhões.

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A receita líquida de juros (NII, na sigla em inglês), a diferença entre o que os bancos ganham com seus ativos e o que pagam pelas dívidas - nos quatro maiores bancos americanos atingiu um recorde no ano passado, impulsionada pelas taxas de juros mais altas.

Mas analistas preveem que o segundo trimestre apresentará uma segunda queda consecutiva.

No JPMorgan, a NII foi de US$ 22,7 bilhões no trimestre, um aumento de 4%, mas um pouco abaixo das estimativas. Em maio, o JPMorgan elevou seu guidance para a NII para o ano inteiro para US$ 91 bilhões, citando expectativas de que o Fed reduzirá as taxas de juros em um ritmo mais lento do que o esperado no início do ano.

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