Nos EUA, empresários trocam o golfe pelo pickleball na hora de fechar negócios

Demanda corporativa pelo esporte vem aumentando à medida que executivos descobrem que se trata de um jogo mais fácil, além de economizar tempo

Pickleball is growing in popularity, and some businesses are finding it’s preferable to golf.
Por Jo Constantz
13 de Julho, 2024 | 10:48 AM

Bloomberg — Cuidado, golfe: o pickleball está chegando para ganhar novos adeptos no mundo corporativo.

Enquanto os campos de golfe há muito tempo são vistos como o local ideal para fechar negócios e conquistar clientes, um número crescente de pessoas está descobrindo que o pickleball economiza tempo e dinheiro — além de ser mais inclusivo e fácil de jogar para os novatos.

Reservas corporativas em clubes de pickleball em todo os Estados Unidos aumentaram em junho na comparação com o mês anterior, de acordo com a PodPlay, uma plataforma de reservas de locais esportivos.

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Gestores de clubes de pickleball confirmam isso, dizendo que os eventos empresariais estão aumentando exponencialmente. O Ace Pickleball Club, com áreas de locação em vários estados, tem tido um fluxo constante de encontros corporativos, segundo Joe Sexton, cofundador, com pedidos de eventos em novas localizações acumulando antes mesmo de abrirem.

Greg Raelson, diretor de marketing do clube Pickleballerz em Chantilly, Virgínia, disse que as reservas corporativas aumentaram aproximadamente três vezes desde 2021. O clube de bem-estar Life Time, de Nova York, está recebendo de 10 a 20 consultas de reservas corporativas por semana — mais de cinco vezes o volume do ano passado.

Networking para advogados, banqueiros e corretores

A quadra está se tornando especialmente popular entre advogados, banqueiros e corretores de imóveis que procuram expandir seus círculos profissionais. Em Rochester Hills, Michigan, o instrutor de pickleball Robert Dunn disse que vê advogados com clientes, empresários falando de negócios e executivos da indústria automobilística trazendo fornecedores e compradores para jogar. “Mesmo que a intenção não seja negócios, os negócios são muitas vezes o tópico de conversa”, disse Dunn.

Colin Hebson, corretor de imóveis baseado em Chicago, disse que observou uma tendência similar e se tornou um adepto após usar o campo de golfe para entretenimento por 25 anos. Uma parte importante do apelo é que o pickleball é muito menos intimidante do que o golfe para aqueles que nunca jogaram antes.

“Se você nunca jogou golfe antes e eu te convido para um campo de golfe porque quero fazer networking e negócios, é quase impossível acompanhar,” ele disse. “Posso levar alguém para a quadra de pickleball que nunca tocou em uma raquete de pickleball antes, e posso mostrar como jogar e ele se divertirá em menos de 10 minutos.”

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Isso também é muito mais eficiente: Hebson pode terminar alguns jogos de pickleball em menos de duas horas, enquanto no golfe levaria metade do dia. Para completar, duas horas no clube de pickleball de Hebson custam US$ 80, comparado com US$ 600 a US$ 700 para entreter no campo de golfe.

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Mathew Norman, diretor sênior de eventos em um clube de pickleball da Carolina do Sul chamado Crush Yard, disse que as empresas estão vendo um retorno maior sobre o investimento com pickleball.

“Todos os envolvidos passam mais tempo juntos sob o mesmo teto e o tempo do evento é, no máximo, de três horas em vez de cinco,” ele disse.

Isso permite que executivos agendem eventos começando por volta das 16h, para que a equipe ainda possa trabalhar a maior parte do dia. Até agora, este ano, o Crush Yard já realizou 10 eventos para empresas que normalmente optam pelo golfe.

Novo público

O golfe, claro, não vai desaparecer. O esporte experimentou um surto de popularidade durante a pandemia, e a Fundação Nacional de Golfe disse recentemente que o número de golfistas aumentou por seis anos consecutivos e está ganhando popularidade entre mulheres e não brancos.

Mesmo com esses avanços, 74% dos golfistas ainda são homens e 78% são brancos, segundo a entidade. Isso levou alguns golfistas fervorosos a mudarem para o pickleball para atrair uma clientela mais ampla e diversificada, de acordo com Richard Green, cofundador do clube de pickleball SPF Chicago.

Depois de perceber que alguns de seus colegas pareciam menos animados com uma tarde no campo, os executivos de uma empresa de marketing com sede em Chicago decidiram organizar um torneio de pickleball este ano.

“Eles viam o pickleball como uma maneira de alcançar um maior engajamento dos funcionários que não gostam de jogar golfe,” disse Green.

A coach Jasna Burza, residente em Minneapolis, começou a convidar clientes para jogar pickleball quando percebeu que isso os ajudaria a relaxar.

Burza, que trabalha com executivos, advogados e empreendedores, disse que é uma alternativa bem-vinda ao campo de golfe para muitas das mulheres que ela orienta.

“Muitas das minhas clientes mulheres dizem: ‘Tenho filhos, não tenho tempo para passar sete horas no campo de golfe,’” ela disse.

Também tem sido transformador para as relações dela com clientes que jogam golfe, muitos dos quais ela costumava acompanhar no campo.

“Não há pretensões. Você vê eles perderem um ponto. Há muita vulnerabilidade na quadra,” ela disse. “O que eu adoro é que você vê homens e mulheres adultos se divertindo com provocações. As pessoas são competitivas, mas não é tão sério quanto o golfe”.

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