Bloomberg — O FC Barcelona, um dos clubes de futebol mais tradicionais, ricos e vitoriosos do mundo, tem enfrentado uma crise financeira que pode custar ao time sua principal contratação da temporada e os € 50 milhões (US$ 51,5 milhões) iniciais que foram pagos por ele.
A LaLiga, a principal competição da Espanha, retirou o meio-campista Dani Olmo, assim como o atacante Pau Victor, da lista oficial do Barcelona depois que o clube catalão não cumpriu o prazo de 1º de janeiro de 2025 para registrar os dois jogadores.
Isso poderia significar não apenas a perda da taxa de transferência paga em agosto para contratar Olmo do RB Leipzig e vê-lo assinar com outro clube mas também ter que pagar seu salário integral até 2030 enquanto ele joga em outro time, um golpe de vários milhões de euros para as finanças já sobrecarregadas do time.
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Olmo, 26 anos, jogador da seleção espanhola, poderá em tese se mudar para outro clube devido a esse entrave com o Barcelona.
O dilema do Barça é resultado do rigoroso regulamento de fair-play financeiro da LaLiga. Mas há também os problemas de financiamento mais amplos do clube, o que marca a mais recente reviravolta em uma crise que já dura anos.
Embora o financiamento da equipe tenha sido prejudicado por quase uma década, a situação chegou ao auge nos últimos anos sob o comando do presidente Joan Laporta, que procurou usar uma série de acordos financeiros obscuros para cumprir as regras da liga.
A LaLiga estabelece os limites salariais das equipes com base em suas receitas, dívidas e prejuízos.
O Barcelona, que no passado foi o único clube cujo limite de gastos foi fixado em menos de zero, só pôde registrar Olmo em agosto passado, depois que outro jogador sofreu uma lesão de longa duração. Isso permitiu que o clube transferisse 80% de seu salário para Olmo.
Certamente, o Barcelona ainda explora alternativas para resolver seus problemas de financiamento, principalmente ao tentar convencer a LaLiga de que terá receita com a venda de futuros direitos a assentos VIP no valor de milhões de euros no reformado estádio Camp Nou.
Mas, até o momento, a liga disse que isso não é suficiente. O estádio do clube passa por reformas atualmente e a previsão de conclusão é meados de 2026.
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Desde o início de seu atual mandato, em 2021, Laporta procurou reforçar os cofres do clube com uma série de acordos que nem sempre foram cumpridos, a maioria ligada a receitas futuras.
Isso incluiu a venda de 25% dos direitos de mídia da LaLiga do clube para a empresa de investimentos Sixth Street Partners, sediada em São Francisco, a alienação de uma participação de 24,5% no centro de conteúdo Barca Studios e um acordo de nomeação do Camp Nou com a Spotify Technology.
O clube também disse no ano passado que listaria seu negócio de mídia na Nasdaq por meio de uma fusão com uma empresa de aquisição de propósito específico, um SPAC. O acordo avaliou a entidade combinada em US$ 1 bilhão, mas acabou arquivado, ou seja, sem que tenha ido adiante.
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