Bloomberg — A Nissan nomeou Ivan Espinosa, um membro da empresa, para substituir o CEO Makoto Uchida e comandar a montadora japonesa, que busca garantir um apoio financeiro e estabilizar seus negócios em dificuldades.
Espinosa, que ingressou na Nissan em 2003 e atualmente atua como diretor de planejamento, assumirá o cargo principal a partir de 1º de abril, com Uchida deixando o cargo no final de março, informou a montadora em um comunicado na terça-feira.
Escolhido de um banco interno reduzido, Espinosa, 46 anos, assume a tarefa de reverter o declínio da Nissan e encontrar um parceiro de negócios após o fracasso de sua parceria com a Honda. A Nissan tem tropeçado de uma crise para outra desde a destituição, em 2018, do todo-poderoso Carlos Ghosn, que tirou a montadora de sua última tentativa de extinção em 1999.
Leia também: Honda e Nissan confirmam fim das negociações para fusão de operações
A liderança de Uchida estava sob forte escrutínio desde novembro, quando a Nissan divulgou uma queda de 94% no lucro líquido do semestre fiscal, juntamente com planos de cortar 9.000 empregos e reduzir a capacidade de produção em 20%.
Um mês depois, o executivo de 58 anos assinou um acordo para se unir à Honda em uma única empresa holding, em um negócio que criaria uma das maiores montadoras do mundo. Isso poderia ter dado à montadora uma chance de lutar contra a gigante local Toyota e novas ameaças competitivas, como a BYD da China.
Em vez disso, o acordo foi desfeito em fevereiro, quando as duas marcas antigas, evidentemente em desacordo devido a um desequilíbrio de poder inerente, não conseguiram chegar a um acordo e se separaram formalmente.
Leia também: Recuo nas vendas de Honda e Nissan, que negociam fusão, evidencia desafios do setor auto
A nomeação de Espinosa ocorre junto com uma mudança mais ampla na administração. Guillaume Cartier, que ingressou na Nissan na França há cerca de três décadas e atua como diretor de desempenho, terá uma função ampliada que inclui marketing global e experiência do cliente.
Eiichi Akashi, vice-presidente corporativo da divisão de planejamento de veículos e engenharia de componentes de veículos, sucederá Kunio Nakaguro como diretor de tecnologia. Teiji Hirata será responsável pela manufatura e pelo gerenciamento da cadeia de suprimentos, sucedendo Hideyuki Sakamoto. Jérémie Papin manterá sua função de diretor financeiro e foi nomeado diretor executivo.
Espinosa é mais jovem do que a maioria dos executivos que agora se reportarão a ele, o que reforça a visão de que ele é um talento gerencial em ascensão dentro da empresa. No entanto, ele assume o cargo em um momento delicado e, no topo de sua lista de tarefas, estará a de garantir a salvação da montadora.
A Bloomberg informou em fevereiro que a Nissan está em busca de um novo aliado, de preferência uma empresa do setor de tecnologia sediada nos EUA.
O fracasso de seu acordo com a Honda pode ter reaberto as portas para a Hon Hai Precision, a fabricante taiwanesa de iPhone comumente conhecida como Foxconn, que mantém aspirações de alavancar sua experiência em eletrônicos para entrar no negócio de fabricação de veículos elétricos.
Veja mais em bloomberg.com
©2025 Bloomberg L.P.