Nissan diz que investirá R$ 2,8 bi no Brasil e espera dobrar fatia de mercado

Montadora japonesa vai produzir dois novos SUVs na fábrica de Resende, no Rio de Janeiro, além de um novo motor turbo

Makoto Uchida, CEO da Nissan
Por Leonardo Lara
07 de Novembro, 2023 | 02:29 PM

Bloomberg — A montadora japonesa Nissan anunciou planos de investir R$ 2,8 bilhões em sua fábrica brasileira com a meta de dobrar sua participação de mercado doméstico até 2026.

A empresa revisou o plano de investir R$ 1,3 bilhão, anunciado em abril de 2022, e agora adicionou mais R$ 1,5 bilhão para o ciclo de 2023-2025, segundo anúncio oficial nesta terça-feira (7).

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O presidente global da Nissan, Makoto Uchida, esteve em Brasília na segunda-feira (6) para anunciar o plano de investimento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A Nissan atualmente exporta o Kicks, único modelo produzido no Brasil, para oito países na América Latina.

O investimento no Brasil prevê a produção de dois novos SUVs na fábrica localizada na cidade de Resende, no Rio de Janeiro, além de um novo motor turbo. Um dos carros será a renovação total do Kicks. A ideia é lançar os modelos a partir de 2025.

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“A Nissan já está no país há 23 anos e acredita que há uma grande possibilidade de crescimento do mercado automotivo como um todo no Brasil”, disse Uchida a um pequeno grupo de jornalistas em Brasília na segunda-feira.

A meta é que um dos novos SUVs seja exportado para pelo menos 20 países na região, segundo Uchida. Isso abre a possibilidade de a planta de Resende, que opera atualmente em dois turnos, abrir um terceiro turno de produção, por volta de 2027.

Uchida também disse que os novos recursos investidos no Brasil têm o objetivo de mais que dobrar a atual participação de mercado da Nissan no país, dos atuais 3,4% para 7% em 2026.

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Além dos investimentos da Nissan, quatro novos fornecedores estarão instalados junto ao complexo de Resende, abrindo a possibilidade de geração de empregos indiretos, disse o executivo.

A plataforma a ser produzida no Brasil estará pronta para oferecer a tecnologia e-Power, que alia eletricidade e um motor a gasolina, quando o mercado consumidor demandar esse tipo de produto, disse aos jornalistas Guy Rodriguez, presidente da Nissan América Latina.

Sobre a possibilidade de ter o e-Power associado ao etanol, Rodriguez disse que a Nissan ainda trabalha para assegurar que a tecnologia com etanol terá o desempenho necessário.

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“A lógica baseada na demanda do mercado seria ou flex e eletricidade ou gasolina e eletricidade, não apenas o etanol”, afirmou.

Uchida disse aos jornalistas que o Brasil é um mercado muito estratégico para a Nissan, assim como a América Latina.

“Houve uma conversa com o presidente Lula sobre como fazer o mercado automotivo local crescer, porque para continuar a vender carros e melhorar a experiência de todos, é muito importante que a economia esteja crescendo”, disse.

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