Bloomberg — A montadora japonesa Nissan anunciou planos de investir R$ 2,8 bilhões em sua fábrica brasileira com a meta de dobrar sua participação de mercado doméstico até 2026.
A empresa revisou o plano de investir R$ 1,3 bilhão, anunciado em abril de 2022, e agora adicionou mais R$ 1,5 bilhão para o ciclo de 2023-2025, segundo anúncio oficial nesta terça-feira (7).
O presidente global da Nissan, Makoto Uchida, esteve em Brasília na segunda-feira (6) para anunciar o plano de investimento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A Nissan atualmente exporta o Kicks, único modelo produzido no Brasil, para oito países na América Latina.
O investimento no Brasil prevê a produção de dois novos SUVs na fábrica localizada na cidade de Resende, no Rio de Janeiro, além de um novo motor turbo. Um dos carros será a renovação total do Kicks. A ideia é lançar os modelos a partir de 2025.
“A Nissan já está no país há 23 anos e acredita que há uma grande possibilidade de crescimento do mercado automotivo como um todo no Brasil”, disse Uchida a um pequeno grupo de jornalistas em Brasília na segunda-feira.
A meta é que um dos novos SUVs seja exportado para pelo menos 20 países na região, segundo Uchida. Isso abre a possibilidade de a planta de Resende, que opera atualmente em dois turnos, abrir um terceiro turno de produção, por volta de 2027.
Uchida também disse que os novos recursos investidos no Brasil têm o objetivo de mais que dobrar a atual participação de mercado da Nissan no país, dos atuais 3,4% para 7% em 2026.
Além dos investimentos da Nissan, quatro novos fornecedores estarão instalados junto ao complexo de Resende, abrindo a possibilidade de geração de empregos indiretos, disse o executivo.
A plataforma a ser produzida no Brasil estará pronta para oferecer a tecnologia e-Power, que alia eletricidade e um motor a gasolina, quando o mercado consumidor demandar esse tipo de produto, disse aos jornalistas Guy Rodriguez, presidente da Nissan América Latina.
Sobre a possibilidade de ter o e-Power associado ao etanol, Rodriguez disse que a Nissan ainda trabalha para assegurar que a tecnologia com etanol terá o desempenho necessário.
“A lógica baseada na demanda do mercado seria ou flex e eletricidade ou gasolina e eletricidade, não apenas o etanol”, afirmou.
Uchida disse aos jornalistas que o Brasil é um mercado muito estratégico para a Nissan, assim como a América Latina.
“Houve uma conversa com o presidente Lula sobre como fazer o mercado automotivo local crescer, porque para continuar a vender carros e melhorar a experiência de todos, é muito importante que a economia esteja crescendo”, disse.
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