Bloomberg — A Netflix registrou um lucro recorde no início do ano, o que dissipou as preocupações com uma desaceleração ou os temores de que a líder em streaming possa ser prejudicada pela crescente incerteza econômica.
Os lucros do primeiro trimestre aumentaram 25%, para US$ 6,61 por ação, informou a empresa na quinta-feira, o que superou as estimativas dos analistas.
As vendas cresceram para US$ 10,5 bilhões, em linha com as projeções. Os resultados foram impulsionados por um recente aumento de preços e uma forte programação em todo o mundo, como a série britânica de sucesso Adolescence.
Os investidores passaram a ver a Netflix como uma aposta segura durante um período de grande incerteza econômica e desafios para as empresas convencionais de cinema e TV.
Com uma audiência global de mais de 700 milhões de espectadores, a empresa disse que não viu nenhum impacto em seus negócios devido às tarifas do presidente Donald Trump ou à volatilidade do mercado que se seguiu.
"Estamos prestando muita atenção ao sentimento do consumidor e à movimentação da economia em geral", disse o codiretor executivo Greg Peters em uma reunião com analistas. "Com base no que estamos vendo, não há nada significativo a ser observado."
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O entretenimento tem resistido às recessões passadas, disse Peters, e a Netflix lançou planos de assinatura com preços mais baixos que dão aos consumidores uma alternativa se quiserem economizar.
O reporte financeiro divulgado na quinta-feira marca a primeira vez que a Netflix divulga resultados sem revelar quantos clientes adicionou ou perdeu - a principal medida que os investidores usavam anteriormente para avaliar o desempenho da empresa.
A administração está orientando os investidores a julgar seu sucesso ou fracasso com base em métricas financeiras mais tradicionais.
A companhia aumentou sua receita operacional em 27%, e chegou a US$ 3,3 bilhões no primeiro trimestre, o que superou as expectativas de US$ 3 bilhões.
Sua margem operacional de 31,7% ficou mais de três pontos percentuais acima de sua própria previsão.
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As ações da Netflix subiram até 5,2%, para US$ 1.024, em negociações estendidas após o anúncio dos resultados.
A ação tem sido um ponto positivo em um ano conturbado até agora para as ações de entretenimento, com alta de 9,2% até o fechamento do pregão regular de quinta-feira em Nova York.
Enquanto a Netflix costumava queimar dinheiro para financiar sua crescente lista de programas, a empresa agora oferece bilhões de dólares em lucro e fluxo de caixa livre.
A empresa projetou resultados sólidos para o trimestre atual - prevendo que as vendas crescerão 15% para US$ 11 bilhões e um salto de 44% nos lucros para US$ 7,03 por ação, ambos acima das projeções de Wall Street.
Os ganhos vêm após o melhor trimestre da empresa. A Netflix adicionou 18,9 milhões de clientes para fechar o ano de 2024.
A maioria dos analistas previu que o crescimento da empresa diminuiria em 2025, especialmente depois que a administração aumentou os preços nos EUA, seu maior mercado.
Com a desaceleração do crescimento do número de assinantes, a Netflix está tentando lucrar mais com os clientes que já possui, vendendo publicidade e aumentando os preços.
A empresa está lançando uma nova tecnologia de publicidade nos mercados em que oferece anúncios e disse que está aumentando o preço de seu serviço na França.
O desempenho da empresa há muito tempo depende do calibre de sua programação original, que este mês também incluiu uma nova temporada de seu programa de sucesso The Night Agent e a estreia de WWE Raw. Os custos aumentarão na segunda metade do ano, à medida que a empresa lançar mais filmes e novas parcelas de programas de sucesso, como Stranger Things.
A empresa dedicou uma parte significativa de sua carta trimestral aos acionistas para divulgar seu investimento em programação fora dos EUA, especialmente no Reino Unido e no México. O novo filme mexicano Counterattack é um dos filmes em língua estrangeira mais populares da história da Netflix.
A empresa também informou que o cofundador e ex-CEO Reed Hastings fará a transição de presidente executivo para presidente do conselho, enquanto o capitalista de risco Tim Haley deixará o conselho após 27 anos.
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