Nelson Tanure estuda entrar na disputa pela Sabesp, segundo fontes

Investidor avalia fazer parte de um consórcio em oferta de ações que será conduzida pelo governo de SP, atual acionista controlador; empresário não respondeu a pedido de comentários

A Sabesp facility in Sao Paulo, Brazil.
Por Felipe Saturnino - Rachel Gamarski
18 de Junho, 2024 | 04:29 PM

Bloomberg — O empresário Nelson Tanure avalia entrar na oferta de privatização da Sabesp, segundo pessoas familiarizadas com o assunto que falaram à Bloomberg News.

Tanure discutiu com investidores a possibilidade de participar da oferta e avalia fazer parte de um consórcio, disseram as pessoas, que pediram anonimato ao falar sobre assuntos privados.

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Tanure não revelou o valor desse investimento e não está claro se pretende se tornar um acionista estratégico da companhia, disseram as pessoas.

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As ações da Sabesp (SBSP3) chegaram a reduzir a baixa após a notícia da Bloomberg News e depois retomaram a queda mais acentuada. Os papéis caíam 2,53% perto das 16h10, para R$ 72,40.

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A Sabesp seria uma opção de investimento para Tanure depois das recentes tentativas frustradas de aquisições. Ele tentou comprar uma participação na Dasa (DASA3), mas a empresa fechou acordo para fusão da rede de hospitais com a rival Amil, outra empresa que ele tentou comprar em 2023.

A privatização da Sabesp, que deverá ser uma das maiores ofertas no mercado de capitais brasileiro neste ano, enfrenta dificuldades em relação às condições de mercado.

Ativos locais têm se deteriorado devido às preocupações crescentes sobre o quadro fiscal doméstico, a uma cautela com a troca no comando doBanco Central a partir de 2025 e uma piora do humor externo com a política monetária do Federal Reserve mais dura do que o esperado.

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Como resultado, o dólar recentemente passou ao maior nível desde janeiro de 2023, acima de R$ 5,44, enquanto os juros futuros subiram cerca de 180 pontos base desde o início do ano.

O Ibovespa caiu 11% no mesmo período.

Condições de mercado

As condições desafiadoras do mercado fizeram com que um dos consórcios, que reunia a Veolia, gigante francesa de serviços ambientais, e o IG4, um fundo brasileiro que investe em ativos alternativos, abandonasse seu plano de participar da disputa, segundo as pessoas.

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A Cosan (CSAN3) também decidiu abandonar a oferta devido aos seus níveis de alavancagem, segundo noticou a Exame.

A Equatorial (EQTL3), distribuidora de energia, e a Aegea, empresa de capital fechado do ramo do saneamento, são os candidatos mais fortes a se tornarem investidores estratégicos da companhia de saneamento do estado de São Paulo, disseram as pessoas.

A Aegea tem o apoio do GIC, fundo soberano de Singapura, da Itaúsa e da Kinea Investimentos.

Tanure, Veolia e IG4 não responderam a pedidos de comentário da Bloomberg News. Equatorial, Aegea e Cosan não comentam.

O governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, disse que a oferta pública se encontra em período de silêncio e que toda divulgação se dará por meio do prospecto e fatos relevantes da empresa.

Atualmente, Tanure é um dos principais acionistas da produtora de petróleo e gás Prio (PRIO3) e da incorporadora Gafisa (GFSA3).

Investidor conhecido por sua experiência com ativos problemáticos, ele é também um dos principais acionistas da Light (LIGT3), que recentemente fechou um acordo de reestruturação de dívida com credores, mas permanece sob recuperação judicial.

De acordo com o modelo de privatização definido pelo governo de São Paulo, a oferta de ações terá dois livros de ordens separados para o investidor estratégico. O acionista de referência terá 15% das ações.

O governo paulista pretende reduzir sua participação dos atuais 50,3% para cerca de 20% assim que a privatização for finalizada. O plano é concluir a oferta de ações no terceiro trimestre.

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