Na disputa pela liga do futebol brasileiro, uma proposta busca sair na frente

Life Capital Partners e Serengeti Asset planejam comprar 20% dos direitos comerciais dos clubes da Liga Forte Futebol com valor de US$ 500 mi, diz fonte à Bloomberg News

Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro: clubes brasileiros buscam ampliar o valor do campeonato nacional
Por David Hellier
05 de Julho, 2023 | 02:46 PM

Bloomberg — A maioria dos clubes de futebol das duas principais divisões do Brasil - Série A e Série B - deve assinar um acordo com investidores em uma tentativa para encerrar uma briga entre ligas rivais pelo controle do esporte mais popular do país.

Pelo acordo, a brasileira Life Capital Partners e a americana Serengeti Asset Management comprarão uma participação de 20% nos direitos comerciais das equipes participantes por 50 anos, de acordo com comunicado dos investidores divulgado nesta quarta-feira (5). Esses clubes estão reunidos na Liga Forte Futebol (LFF), que é assessorada pela XP (XP).

PUBLICIDADE

O acordo avaliará essa participação em US$ 500 milhões, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto, que pediu para não ser identificada por se tratar de informações confidenciais.

Apesar dos sucessos históricos da seleção brasileira - ainda que a última Copa do Mundo conquistada tenha sido em 2002 -, o Campeonato Brasileiro foi prejudicado por anos de má administração financeira, enquanto seus clubes sempre venderam os melhores jogadores para times europeus mais ricos.

Na tentativa de mudar esse quadro, e com a inspiração de grandes ligas profissionais como a Premier League da Inglaterra e a La Liga da Espanha, os maiores clubes brasileiros buscam a criação de uma estrutura de liga que possa manter os principais talentos do futebol no país por mais tempo e atrair investimentos estrangeiros por meio da venda de lucrativos direitos de transmissão.

PUBLICIDADE

Cerca de 25 clubes já aderiram à proposta da Life Capital Partners, de acordo com o comunicado. O grupo espera incluir Botafogo, Cruzeiro e Vasco, que faziam parte de um projeto da liga rival chamada Libra, ou Liga Brasileira de Futebol, que planeja destinar uma parcela maior da receita para clubes maiores, como Flamengo, Corinthians, Palmeiras e São Paulo. Essa liga tem a assessoria do BTG Pactual (BPAC11).

A Libra tem o apoio do braço de investimentos do fundo soberano Mubadala, de Abu Dhabi.

Botafogo, Cruzeiro e Vasco querem ajudar a Libra e a LFF a chegarem a um acordo e amenizar as preocupações de alguns clubes menores sobre os critérios para dividir a receita de transmissão, segundo informou a Bloomberg News no início deste ano.

PUBLICIDADE

O novo acordo é semelhante em estrutura aos assinados no futebol europeu, em que a CVC Capital Partners adquiriu participações nos direitos de mídia da Ligue 1 na França e da La Liga na Espanha.

A Life Capital Partners é uma gestora de recursos independente com sede no Brasil, fundada pelos empresários e investidores Wilson de Lara, Carlos Gamboa e João Leitão.

O Serengeti, com sede em Nova York, fundado em 2007 por Jody LaNasa, mudou para investimentos privados no final de 2021, um movimento que o levou a fechar seu fundo de crédito público.

PUBLICIDADE

Em meio a essa mudança, o chefe de crédito estruturado Jay Eisbruck, além de Raza Mujtaba, que administrava investimentos públicos, deixou a empresa.

- Com informações da Bloomberg Línea.

Veja mais em bloomberg.com

Leia também

Carlyle mira Série A italiana e reforça apetite do private equity pelo futebol

Messi no Inter Miami dá novo tom ao legado de Beckham no futebol