Na China, Walmart vira aliado de empresas contra impactos das tarifas americanas

Varejista dos EUA terá um programa para ajudar exportadores chineses a venderem seus produtos no mercado doméstico; empresa tem 336 lojas na China

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Bloomberg — O Walmart revelou um programa para ajudar os exportadores chineses a venderem seus produtos no mercado doméstico, depois que Pequim buscou soluções para auxiliar as empresas locais sufocadas pelas tarifas dos Estados Unidos.

Os fornecedores chineses podem participar do programa para vender seus produtos nos supermercados Walmart no país, informou a unidade chinesa do varejista americano em um comunicado no WeChat na quinta-feira (24).

A decisão foi em resposta ao apelo do governo chinês para o “desenvolvimento integrado do comércio interno e externo”, disse.

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A iniciativa do Walmart (WMT) de ajudar os exportadores a encontrar compradores para seus produtos no país é um esforço para equilibrar sua exigência anterior de que os fornecedores chineses absorvessem parte dos aumentos tarifários - o que atraiu a ira de Pequim.

As autoridades chinesas convocaram os executivos do Walmart em março para saber sobre suas negociações com fornecedores para a redução de preços.

Qualquer exigência aos fornecedores, se verdadeira, seria ruim para as operações e os desenvolvimentos do Walmart na China, disse em um post Yuyuantantian, uma conta do Weibo afiliada à China Central Television, estatal, que regularmente sinaliza o pensamento de Pequim sobre o comércio.

Os riscos são altos para o Walmart, que no ano passado tinha 336 lojas na China - um país que contribui com uma parte considerável das receitas internacionais da varejista.

O Walmart registrou um crescimento de 28% nas vendas líquidas na China no trimestre mais recente.

Para ajudar exportadores chineses prejudicados pelas tarifas mais altas dos EUA, o Ministério do Comércio da China e várias plataformas de comércio eletrônico começaram a analisar o mercado doméstico para vender seus produtos.

A JD.com planeja lançar um fundo de 200 bilhões de yuans (US$ 27,4 bilhões) para esse esforço nos próximos anos, enquanto supermercados como o Yonghui criaram canais para vender produtos originalmente destinados à exportação, de acordo com relatos da mídia local.

Com as tarifas de 145% impostas pelo presidente Donald Trump sobre os produtos, um número cada vez maior de exportadores suspendeu as remessas para os EUA e reduzir a jornada em suas fábricas para três ou quatro dias por semana, informou a Bloomberg anteriormente.

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