Mineradora brasileira eleva produção de terras raras para acirrar disputa com China

Serra Verde decidiu aumentar a produção de metais de terras raras para acirrar disputa com a China, que é o principal fornecedor mundial de minerais essenciais para a indústria tech

Operações da mineradora Serra Verde, de terras raras
Por Mariana Durão
02 de Janeiro, 2025 | 09:58 AM

Bloomberg — A mineradora brasileira Serra Verde planeja aumentar a produção de metais de terras raras em um momento de crescente atrito comercial entre os Estados Unidos e a China, o principal fornecedor mundial de minerais essenciais para a tecnologia.

A empresa, que começou a produzir comercialmente de maneira concentrada no estado de Goiás, no Brasil, há cerca de um ano, planeja entregar 5.000 toneladas de óxido de terras raras por ano em 2026, disse o diretor de operações, Ricardo Grossi, em uma entrevista à Bloomberg News.

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A maior produção virá junto com o aumento da capacidade, disse ele na segunda-feira (30), sem divulgar números.

A Serra Verde também considera parcerias estratégicas com empresas e países para expandir a produção e o processamento de metais de terras raras, disse Grossi, cuja empresa de capital fechado produz neodímio, praseodímio, térbio e disprósio.

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Ele disse ver uma chance de a mineradora se tornar um fornecedora alternativa para o Ocidente de minerais essenciais, especialmente se a China expandir os controles de exportação contra os EUA para mais metais.

A China tem um papel dominante como produtora e processadora dos 17 elementos de terras raras usados em ímãs necessários para veículos elétricos, turbinas eólicas e painéis solares, bem como em equipamentos militares essenciais.

A nação asiática, que controla 70% do material extraído e 90% da capacidade de refino, produziu 240.000 toneladas de óxido de terras raras equivalente em 2023, de acordo com o US Geological Survey. Esse domínio fez com que os EUA e seus aliados procurassem fontes alternativas no mundo para reduzir a dependência da China.

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A Serra Verde é apoiada pela Denham Capital e recebeu apoio do Energy and Minerals Group, dos EUA, e da Vision Blue Resources do Reino Unido, com um investimento de US$ 150 milhões em outubro. As negociações para outra rodada de financiamento estão em andamento.

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“O investimento pode ser feito por um novo parceiro ou por nossos investidores atuais”, disse Grossi, um engenheiro de minas que trabalhou para empresas como a Vale e a Anglo American.

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A empresa também avaliam o potencial de expansão de suas operações no Brasil, o que poderia dobrar a produção antes de 2030. Os esforços da Serra Verde foram reconhecidos pela Minerals Security Partnership - uma colaboração de 14 países, entre eles os EUA e a União Europeia, que visa acelerar o desenvolvimento de cadeias de suprimento sustentáveis, seguras e diversificadas para esses minerais essenciais.

  Fonte: Bloomberg

Embora os preços dos metais de terras raras tenham sido prejudicados por um excesso de oferta, a Serra Verde aposta na continuidade do apetite por esses elementos para produzir mais ímãs. Grossi disse que a Ásia é atualmente o principal destino de sua produção.

A empresa prevê que a demanda por seus produtos aumentará em 8,5% ao ano até 2035. E espera-se que isso impulsione o balanço patrimonial da empresa.

"Começamos a apresentar receita pela primeira vez depois de 15 anos, o que já é uma vitória", disse Grossi. "A dinâmica financeira da empresa deverá mudar completamente a partir de 2026."

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