Como esta incorporadora mineira planeja avançar no mercado de São Paulo

Em entrevista à Bloomberg Línea, o CEO Alex Veiga conta os planos de expansão da Patrimar na capital paulista, que envolvem lançamentos com a marca Novolar para média e baixa renda

Negocios
26 de Dezembro, 2024 | 05:15 AM

Bloomberg Línea — Controlada pela família Veiga, a Patrimar Engenharia, de Belo Horizonte, desembarcou recentemente no competitivo mercado imobiliário de São Paulo com um plano ambicioso: levantar recursos para investir em lançamentos de projetos na cidade e, no futuro, abrir capital na B3.

Em entrevista à Bloomberg Línea, o CEO da construtora e incorporadora, Alex Veiga, disse que a estratégia para crescer na capital paulista será realizada inicialmente por meio da construtora Novolar, que pertence ao grupo e tem foco nos segmentos de média e baixa renda.

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“Em agosto, surgiu uma oportunidade. Negociamos três terrenos para a Novolar nas zonas norte e leste de São Paulo. Os projetos do Minha Casa Minha Vida vão marcar a nossa entrada na cidade”, afirmou.

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A entrada mostra que o maior mercado de imóveis do país, a despeito dos juros básicos de dois dígitos, ainda oferece oportunidades de negócios para incorporadoras de outros estados. A MRV (MRVE3), também de Minas Gerais, está presente há muitos anos na capital paulista.

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No Estado de São Paulo, a Patrimar já iniciou sua atuação em grandes cidades do interior, com projetos para a baixa renda em Campinas, Sorocaba, Jundiaí, Piracicaba e São José dos Campos.

“Vamos lançar mais dois empreendimentos em São José dos Campos e outro em Campinas”, disse o CEO. “Tomamos a decisão de crescer no interior de São Paulo e depois na capital. Mas chegamos mais rápido do que o esperado à cidade de São Paulo devido às oportunidades que surgiram”, disse Veiga.

Em Belo Horizonte, a incorporadora atua com destaque no segmento de alta renda com a marca Patrimar. Depois, começou a explorar o segmento no Rio de Janeiro, onde opera atualmente um projeto residencial em parceria com a marca italiana Armani.

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No total, o grupo tem hoje 27 canteiros de obras de empreendimentos residenciais para todos os segmentos (alta, média e baixa renda), segundo o executivo.

Alex Veiga, CEO da incorporadora, diz à Bloomberg Linea que uma investida no mercado de luxo na capital paulista depende de um IPO

O landbank (banco de terrenos) da companhia alcançou o equivalente a R$ 15,3 bilhões no fim do terceiro trimestre, dos quais 70% referente à Patrimar, e 30% referente à Novolar. No acumulado dos últimos 12 meses, a Patrimar registrou R$ 2,2 bilhões em lançamentos e R$ 1,6 bilhão em vendas.

O crescimento do número de lançamentos nos nove primeiros meses do ano foi de 17% em relação ao mesmo período de 2023, enquanto o crescimento nas vendas dos nove meses foi de 8%.

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O plano do grupo mineiro inclui um IPO (oferta inicial de ações) na B3, quando o mercado de capitais voltar a abrir uma janela para novas emissões. “Só vamos partir para o segmento de alta renda na cidade de São Paulo depois de realizar um IPO, pois a briga é de ‘cachorro grande’ na capital paulista”, disse o CEO.

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Parceria com Armani

No final de setembro, o grupo anunciou parceria com o Armani/Casa Interior Design Studio para um projeto na região da Barra da Tijuca, área nobre do Rio de Janeiro, com VGV (Valor Geral de Vendas) acima de R$ 1 bilhão, previsão de lançamento para o segundo semestre de 2025 e prazo de 36 meses de construção.

“São quatro torres com 22 pavimentos, vista para o mar, dois apartamentos por andares, a partir de 240 metros quadrados, no local mais nobre da Barra da Tijuca. É o maior VGV da companhia”, disse o CEO.

Ele contou que as negociações com a Armani levaram um ano e meio em reuniões sobre o projeto realizadas em Sunny Isles Beach, na região de Miami.

“Acompanho os lançamentos imobiliários em Miami. Os prédios em destaque na cidade possuem uma marca assinando com as incorporadoras, como Porsche, Mercedes, Fendi e Missoni. O mais sofisticado que queremos fazer no Rio é o Armani”, disse.

O CEO estimou que os apartamentos do condomínio Armani terão valor entre 15% e 20% maior na comparação com unidades do mesmo padrão que não têm a marca italiana.

“O Armani cuidará de todo o design de interiores das áreas comuns e também vai fornecer os móveis. É algo taylor made, como um vestido feito à mão”, disse Veiga.

Recentemente, a Cyrela (CYRE3) também anunciou ao mercado que vai lançar um residencial com a Armani/Casa, com valor geral de vendas (VGV) acima de R$ 700 milhões, mas na cidade de São Paulo.

O CEO da Patrimar disse que a companhia tem exclusividade da marca italiana na cidade do Rio de Janeiro, o que abriu o caminho para o empreendimento da Cyrela na capital paulista.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.