Mastercard quer eliminar uso de números de cartão em compras online

Medida é a mais recente do setor financeiro para combater o problema crescente das fraudes nos pagamentos online, que deve ultrapassar US$ 91 bi até 2028

Empresa também planeja substituir senhas por dados biométricos, como impressões digitais ou escaneamento facial
Por Aisha S Gani
31 de Agosto, 2024 | 01:03 PM
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Bloomberg — A Mastercard (MA) quer eliminar o uso de números de cartões de crédito nas compras online, em uma tentativa de combater fraudes.

Uma década depois de ter revelado pela primeira vez uma tecnologia que substitui os números dos cartões dos consumidores pelos chamados tokens, a empresa agora processa 1 bilhão de transações desse tipo por semana, disse o CEO Michael Miebach em uma entrevista à Bloomberg News.

Isso depois de a gigante de pagamentos ter levado três anos para processar o primeiro bilhão de transações desse tipo.

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Agora, a Mastercard planeja expandir o uso da tecnologia para substituir medidas de segurança, como senhas, por dados biométricos, como impressões digitais ou escaneamento facial, disse Miebach.

Essa é a medida mais recente do setor financeiro para combater o problema crescente das fraudes nos pagamentos online, que deve ultrapassar US$ 91 bilhões até 2028.

Há uma década, o pensamento mais comum era o de que “se quiser manter a segurança, proteja os dados e as transações por meio de senhas”, disse Miebach em entrevista no escritório da Mastercard em Londres. “Isso funcionou por um tempo. Depois, começou a se tornar uma vulnerabilidade em vez de segurança e proteção efetivas.”

A Mastercard e a rival Visa (V) introduziram a tecnologia de token pela primeira vez há cerca de uma década, depois que fraudadores atacaram os sistemas de pagamento de varejistas, incluindo Target (TGT) e Best Buy (BBY).

No início, a tecnologia focava em substituir os números de cartão por um token que apenas as redes poderiam desbloquear, o que significa que é inútil se um hacker tiver acesso a ele.

(Foto: Prakash Singh/Bloomberg)

Impulsionado por serviços de pagamento como o Apple Pay, o uso ajudou a reduzir a fraude em compras físicas. Agora, no entanto, os criminosos visam sites de e-commerce que exigem que os consumidores insiram manualmente as informações do cartão para fazer uma compra.

Cada vez mais, os hackers também estão atacando sites em lugares como a Índia, que dependem de senhas de uso único para ajudar na segurança. Essas senhas – que as varejistas e os bancos enviam aos consumidores para autenticar sua identidade – tornaram-se cada vez mais vulneráveis aos fraudadores, disse Miebach.

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A Mastercard fará parcerias com bancos e provedores de pagamento em todo o mundo para substituir essas senhas de uso único por um token baseado nas informações biométricas dos consumidores.

A Mastercard introduziu o serviço na Índia esta semana, após firmar parcerias com a PayU e bancos, incluindo o Axis Bank.

“A fonte do problema era que, se os dados fossem expostos e alguém tivesse acesso a eles, poderia usá-los”, disse Miebach. “Qual é a única coisa que impede a economia digital? É o risco de violações de dados, fraudes e assim por diante. E a tokenização é uma grande alavanca para reduzir isso.”

A Mastercard disse que espera que todas as transações de e-commerce sejam tokenizadas na Europa até o final da década.

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