Marca chinesa vai estrear fábrica no interior de SP com modelo híbrido-flex

Great Wall comprou fábrica da Daimler em Iracemápolis e espera investir R$ 10 bilhões no Brasil para criar sua 4ª base de produção no mundo

Veículo elétrico Ora, da Great Wall, no Salão do Automóvel de Xangai, em Xangai, China
Por Leonardo Lara
24 de Agosto, 2023 | 06:49 PM

Bloomberg — A Great Wall, montadora chinesa que comprou fábrica da Daimler em Iracemápolis, São Paulo, planeja ter seus primeiros modelos pré-série saindo da linha de montagem brasileira em maio de 2024, já com a tecnologia híbrida-flex, de acordo com Oswaldo Ramos, Chief Commercial Officer da marca no Brasil.

O híbrido-flex está em desenvolvimento não só para a linha 2.0 turbo, que atenderá uma picape, mas também para a linha 1.5 turbo que envolve SUVs, disse Ramos, sem dar mais detalhes, a jornalistas durante um evento da marca em São Paulo.

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Ele disse que o modelo 100% elétrico Ora 03, apresentado nesta quinta-feira (24) ao mercado brasileiro, é um forte candidato a ser produzido localmente no futuro, se tiver escala. “Com um volume de vendas de 15.000 unidades por ano, já se candidata a ser produzido no Brasil”, disse.

Sobre a fábrica brasileira, ele disse que as adaptações na instalação são muito mais sistêmicas e de software do que de hardware, porque a linha de montagem foi muito bem planejada pelo dono anterior, a Daimler. “O maior investimento são os ajustes de armação da carroceria e solda. Essa é a maior parte que está sendo desenhada junto com o produto que estamos desenvolvendo para o Brasil e que já conseguiremos fazer pré-série em maio.”

Ramos acrescentou que, no início, haverá alguns componentes nacionais, mas os modelos serão montados no esquema CKD, com peças vindas prontas do exterior. A Great Wall Motor pretende investir R$ 10 bilhões no Brasil em dois ciclos para criar sua quarta base completa de produção no mundo e a primeira na América Latina, em Iracemápolis, no interior de São Paulo.

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A escolha da matriz chinesa pela antiga fábrica da Daimler foi baseada em eficiência e produtividade e também pela proximidade de outras montadoras asiáticas instaladas na região, como Toyota, Honda e Hyundai, segundo Ramos.

“Existe uma aproximação, uma conversa, um primeiro contato. Não tem nenhum plano concreto ainda, mas sem dúvida vai viabilizar a chegada de fornecedores de novas tecnologias. Já existe fornecedor fazendo conta, mas não tem nenhum fato relevante que eu possa anunciar. Estamos no nível de primeiro contato e fornecedores fazendo contas para vir”, disse.

Ramos disse esperar que em dezembro a Great Wall, auto-denominada no Brasil como GWM, tenha os modelos de carros híbridos e elétricos mais vendidos do país.

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Disse também que, com base em números de outras regiões, quando a participação de mercado dos veículos eletrificados plug-in alcançar 4% do total de vendas, esse será o ponto de inflexão para a curva de crescimento passar a ser exponencial, principalmente em razão de a infraestrutura de carregamento já estar mais disseminada.

Para o Brasil, ele estima que essa fatia de 4% deverá ser alcançada dentro de um a dois anos.

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