Bloomberg — A Intesa Sanpaolo, maior banco da Itália, quer substituir milhares de funcionários por contratações mais jovens para preparar a empresa para o uso crescente de Inteligência Artificial (IA), em uma amostra do quanto a tecnologia tem impactado trabalhadores de todo o setor financeiro.
O banco italiano planeja 9.000 demissões até 2027 - o equivalente a quase 10% de sua força de trabalho - ao mesmo tempo em que contratará 3.500 “jovens” até junho do ano seguinte, uma medida que poderia economizar 500 milhões de euros (US$ 539 milhões) por ano, disse um comunicado na quarta-feira (23).
A tese é acelerar a “mudança geracional no contexto da transformação tecnológica” como parte de um esforço para criar “um modelo de negócios resiliente no cenário da digitalização e da inteligência artificial”, disse a Intesa.
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O anúncio vem apenas duas semanas depois que o rival doméstico BPER Banca disse que cortará sua força de trabalho em cerca de 10%, em parte devido ao aumento de produtividade que espera obter com a implantação de mais ferramentas de IA. Isso se soma a um número crescente de players financeiros que apostam na tecnologia para melhorar a eficiência e reduzir custos.
O CEO da Intesa, Carlo Messina, prometeu aumentar a lucratividade reduzindo os custos e disse que o banco conta com a gestão de seguros, ativos e patrimônio para ajudar a aumentar as receitas com taxas, à medida que o vento a favor dos juros mais elevados na zona do euro começa a diminuir.
As reduções, que foram anunciadas após um acordo com os sindicatos do país, estão planejadas para incluir 7.000 funcionários na Itália e 2.000 nas divisões internacionais do Intesa. De acordo com o comunicado, 4.000 das saídas devem ocorrer por meio de aposentadorias ou do acesso ao fundo de solidariedade.
Como resultado, o Intesa espera registrar encargos de 350 milhões de euros, líquidos de impostos, no quarto trimestre deste ano. A empresa manteve intacta sua previsão para o ano inteiro de um lucro líquido de mais de 8,5 bilhões de euros.
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Do total anunciado de novas contratações, 1.500 serão consultores para ajudar a “garantir maior proximidade com os clientes, especificamente na gestão de patrimônio e proteção”, disse a Intesa.
O acordo com os sindicatos também busca liberar tempo "para o desenvolvimento profissional por meio de um grande programa de treinamento de aperfeiçoamento/requalificação para melhor atender à necessidade de novas habilidades digitais generalizadas e novas profissões".
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