Em ‘estreia’, nova CEO da Petrobras diz que estatal tem que dar retorno ao acionista

Magda Chambriard disse ainda que a petroleira continuará a trabalhar para proteger os consumidores das quedas e oscilações de curto prazo nos preços do petróleo

Magda Chambriard, CEO da Petrobras
Por Andrew Rosati - Peter Millard
28 de Maio, 2024 | 08:32 AM

Bloomberg — A nova CEO da Petrobras (PETR3; PETR4) tentou acalmar as preocupações dos investidores sobre o aumento dos investimentos durante seus primeiros comentários públicos à frente da maior produtora de petróleo da América Latina.

Magda Chambriard foi formalmente nomeada para o cargo na semana passada, em um momento de crescente preocupação dos investidores com relação à intervenção do governo na companhia.

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Seu antecessor, Jean Paul Prates, foi demitido devido à uma disputa sobre o montante de dividendos que a empresa pagava em vez de usar o dinheiro para investimentos.

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“A Petrobras é perfeitamente capaz de garantir retornos para seus acionistas, sejam eles privados ou governamentais”, disse Chambriard na segunda-feira (27) em seus primeiros comentários públicos como CEO. “Entendo que precisamos ter lucro.”

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro que gostaria que a Petrobras, controlada pelo Estado, gastasse mais dinheiro na expansão de setores como o de refino e na criação de empregos.

O governo controla a diretoria da produtora de petróleo por meio da maioria das ações com direito a voto.

Sob o comando de Lula, a Petrobras já mudou o foco da administração anterior, que era o de simplificar as operações para cortar custos.

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A empresa cancelou um programa de venda de um grupo de refinarias e pode até comprar de volta algumas das instalações que foram vendidas sob a administração anterior.

Chambriard – ex-diretora da ANP, o órgão regulador do petróleo no Brasil – disse que a empresa precisa acelerar a exploração na costa brasileira, incluindo a Bacia de Pelotas e uma região conhecida como margem equatorial perto da fronteira com a Guiana Francesa.

Ela criticou os atrasos no licenciamento para perfuração em um local ambientalmente sensível na margem equatorial, dizendo que eles estão deixando o país sem uma fonte de crescimento após o declínio de sua principal bacia produtora de petróleo, o pré-sal.

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"Temos que ter muito cuidado com a reposição das reservas, a menos que queiramos aceitar o fato de que podemos nos tornar importadores novamente", disse ela.

Sobre os custos domésticos dos combustíveis, Chambriard disse que a Petrobras continuará trabalhando para proteger os consumidores das quedas e oscilações de curto prazo nos preços do petróleo.

Depois que Lula assumiu o cargo em 2023, a Petrobras mudou sua política de preços para se concentrar mais nos custos de produção do que nos níveis de preços internacionais.

-- Com a colaboração de Beatriz Amat.

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