Bloomberg — A A.P. Moller-Maersk A/S, gigante de transportes marítimos, pediu aos clientes que retirassem as cargas dos portos da Costa Leste e do Golfo nos EUA antes do prazo final de 15 de janeiro para que os trabalhadores portuários e seus empregadores evitem uma possível greve poucos dias antes da posse do presidente eleito Donald Trump.
“Se nenhum acordo for alcançado até essa data, é possível que haja uma greve em toda a costa no dia 16 de janeiro”, disse a empresa sediada em Copenhague, em um comunicado ao cliente publicado nesta terça-feira (31). “No entanto, as negociações não tiveram novos desenvolvimentos desde nossa última comunicação.”
Em seu comunicado anterior, em 19 de dezembro, a Maersk disse que "a situação permanece dinâmica enquanto aguardamos novos desenvolvimentos, mas a possibilidade de uma greve aumenta a cada dia que passa sem um contrato estabelecido".
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A International Longshoremen's Association, ou ILA, é um sindicato com 47.000 membros que representa os manipuladores de carga em todos os principais portos do leste e do sul, de Boston a Houston.
Nos últimos meses, a ILA tentou negociar um novo contrato com a United States Maritime Alliance, conhecida como USMX, um grupo de companhias marítimas e operadores de terminais que os empregam para carregar e descarregar navios de contêineres.
Acordo salarial
No início de outubro, os dois lados chegaram a um acordo sobre um aumento salarial de 62% ao longo de seis anos, o que suspendeu uma greve de três dias, mas deixou sem solução a questão da automação.
As conversas sobre essa questão não parecem ter avançado, e nem a ILA nem a USMX indicaram planos de voltar à mesa de negociações antes de meados de janeiro.
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Trump, cuja posse está marcada para 20 de janeiro, expressou seu apoio aos trabalhadores portuários em sua luta contra o maquinário automatizado que eles consideram uma ameaça a seus empregos.
A Maersk disse que, ao considerar o impasse, “nós encorajamos fortemente nossos clientes a pegar seus contêineres carregados e devolver os contêineres vazios nos portos da Costa Leste e do Golfo dos EUA antes de 15 de janeiro”.
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