M&A de impressoras: Xerox vai comprar Lexmark por US$ 1,5 bi de olho em sinergias

Aquisição vai levar o negócio de fabricação de impressoras para a Xerox e melhorar sua exposição aos mercados da Ásia e da América Latina, disse o CEO, Steven Bandrowczak, a analistas

Signage is displayed on the exterior of Xerox Corp. headquarters in Norwalk, Connecticut, U.S., on Thursday, Jan. 5, 2017. On Tuesday shares of Xerox, the global business service and document technology company, spiked about 15.7% during afternoon trading, as it completed a spinoff of its former business process services unit, Conduent. Photographer: Michael Nagle/Bloomberg
Por Lynn Doan - Brody Ford
23 de Dezembro, 2024 | 01:24 PM

Bloomberg — A Xerox concordou em comprar a Lexmark International, fabricante de impressoras, de um consórcio de investidores asiáticos em um negócio avaliado em US$ 1,5 bilhão.

A transação inclui dívidas e outros passivos que a Xerox assumirá dos atuais proprietários Ninestar Corp, PAG Asia Capital e Shanghai Shouda Investment Centre.

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A Xerox reduzirá seus dividendos anuais para 50 centavos de dólar por ação para ajudar a financiar a aquisição, de acordo com um comunicado da empresa nesta segunda-feira (23).

Espera-se que o negócio seja fechado no segundo semestre de 2025, enquanto aguarda a aprovação dos órgãos reguladores dos EUA e da China.

A aquisição da Lexmark trará a fabricação interna e melhorará a exposição aos mercados da Ásia e da América Latina, disse o CEO Steven Bandrowczak em uma call com analistas na segunda.

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A Lexmark, criada em 1991 pela IBM (International Business Machines), já é parceira e fornecedora da Xerox.

Espera-se que a empresa combinada economize mais de US$ 200 milhões em custos anuais, reduzindo as despesas com vendas e marketing ou com a consolidação de imóveis. A Xerox também poderá economizar dinheiro ao agrupar as aquisições e comprar toner em grandes quantidades.

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O acordo “pode ajudar na lucratividade a longo prazo e reforçar o fluxo de caixa, caso as sinergias de custo sejam cumpridas”, disse Woo Jin Ho, analista da Bloomberg Intelligence.

A Lexmark tem forte exposição à impressão colorida em papel padrão para documentos, um dos poucos segmentos do mercado de impressoras que deve crescer no futuro próximo, disse a Xerox em uma apresentação.

As ações da Xerox subiram até 8,7% em Nova York nesta manhã de segunda-feira. Mas acumulam queda de mais de 75% nos últimos cinco anos.

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A Lexmark, com sede em Lexington, no estado de Kentucky, é liderada pelo CEO Allen Waugerman, que está na empresa desde sua fundação.

Um grupo de investidores liderado pela fabricante chinesa de impressoras Apex Technology e pela PAG, do negociador Shan Weijian, concordou há oito anos em comprar a empresa em um negócio avaliado em US$ 3,6 bilhões, incluindo dívidas. A empresa de investimentos chinesa Legend Capital também fazia parte do consórcio. Depois do acordo, a Apex mudou seu nome para Ninestar.

Após a aquisição pelo consórcio asiático, a empresa continuou a ser administrada por um conselho de administração com sede nos EUA e manteve uma equipe executiva totalmente americana, de acordo com seu site.

O acordo exigirá aprovações antitruste em todas as jurisdições, incluindo as aprovações dos órgãos reguladores chineses. A Xerox não espera “desafios regulatórios”, disse Bandrowczak.

A Xerox planeja financiar o negócio com uma combinação de dinheiro e financiamento de dívida. A transação reduzirá o índice geral de alavancagem da dívida da Xerox, disse a empresa.

“Às vezes, você precisa tomar decisões grandes e desafiadoras, e essa é obviamente uma delas”, disse Erik Woodring, analista do Morgan Stanley, durante a call com os investidores.

A Bloomberg News havia noticiado em setembro que os proprietários da Lexmark estavam considerando uma venda. Pouco tempo depois de ter sido negociada, a área de software empresarial da Lexmark foi vendida para a empresa de private equity Thoma Bravo.

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