Lumina investe R$ 400 milhões no Agibank e banco digital é avaliado em R$ 9,3 bi

Empresa de Daniel Goldberg passa a deter cerca de 4% do banco digital fundado por Marciano Testa, que tem foco no público de baixa renda com salários ou benefícios recorrentes

Agibank reprodução
Por Cristiane Lucchesi
24 de Dezembro, 2024 | 10:25 AM

Bloomberg — A Lumina Capital Management, empresa de investimentos criada por Daniel Goldberg, acertou um investimento de R$ 400 milhões no Agibank. A operação atribui ao banco digital voltado para o público de baixa renda um valor de R$ 9,3 bilhões.

A Lumina passa a deter cerca de 4% do Agibank e Goldberg assume uma cadeira no conselho da fintech brasileira de capital fechado - e ele deixa o conselho do Nubank (NU), também do setor financeiro.

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“Recebemos R$ 1,6 bilhão em oferta de recursos e acabamos optando pelo Daniel, pois queríamos sócios ativos que nos ajudassem a definir a melhor estratégia de preparar o banco para acessar o mercado de capitais,” afirmou o presidente do conselho, fundador e sócio majoritário do Agibank, Marciano Testa.

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Os recursos serão utilizados em “oportunidades de consolidação” e expansão orgânica do modelo de negócios, disse Testa em entrevista à Bloomberg News.

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O banco, que alia uma plataforma digital com “smart hubs” que ajudam os clientes com suas necessidades financeiras, chegou a tentar uma oferta pública inicial de ações em 2018, mas acabou desistindo. Em 2020, recebeu aporte de R$ 420 milhões da Vinci Partners.

Diferentemente do Nubank, o maior banco digital da América Latina, que teve como alvo por muito tempo clientes jovens e com experiência em tecnologia no Brasil, o cliente médio do Agibank tem mais de 40 anos, mora fora das grandes capitais e tem um salário ou um benefício recorrente que chega a suas contas todos os meses.

O banco deve terminar 2024 com uma carteira de empréstimos de R$ 25 bilhões, sendo que 82% dela é de crédito consignado ou possui outro tipo de colateral (garantia), segundo Testa. A inadimplência no último trimestre foi de 2,9%, abaixo da média de mercado.

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O Agibank, cujo nome remete à necessidade de ser “ágil”, planeja aumentar sua rede de hubs inteligentes dos atuais 1.000 para 2.500 até 2030, enquanto mais do que triplica os ativos para R$ 100 bilhões, segundo Testa.

Os hubs custam, em média, cerca de 95% menos do que uma agência bancária tradicional e permitem que os clientes tenham acesso a Wi-Fi gratuito e obtenham ajuda de assessores.

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O plano de emitir um título de dívida em dólar no mercado internacional em 2025 está mantido, e Testa espera uma melhoria do rating do banco após a injeção de capital.

O Agibank foi assessorado pelo Goldman Sachs e pelo escritório de advogados Pinheiro Neto no negócio. A Lumina foi assessorada pelo Morgan Stanley e pelo BMA advogados.

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