Lucro do Itaú cresce 16% e rentabilidade bate o consenso com avanço em crédito

Maior banco privado do país lucra R$ 9,77 bilhões entre janeiro e março, pouco acima do consenso de analistas segundo a Bloomberg, enquanto rentabilidade sobe para 21,9%

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Bloomberg Línea — O Itaú Unibanco (ITUB4), maior banco do país, anunciou nesta segunda-feira (6) um lucro líquido ajustado de R$ 9,771 bilhões no primeiro trimestre deste ano, uma cifra ligeiramente acima do consenso dos analistas consultados pela Bloomberg (R$ 9,716 bilhões).

O resultado divulgado depois do fechamento do mercado representa um crescimento de 15,8% e 3,9% nos comparativos trimestral e anual, respectivamente.

Nesta terça-feira (7), o banco realiza teleconferência com analistas pela manhã, a partir das 10h.

O aumento da receita de juros cobrados dos clientes (margem financeira), impulsionado pelo efeito positivo do crescimento da carteira de crédito e pela maior margem com passivos, e o avanço das receitas de serviços e seguros foram os fatores que mais influenciaram os resultados, segundo o banco.

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“O Itaú Unibanco passou por um período importante de transformações nos últimos anos, que criaram as bases para os resultados que estamos entregando, com foco em grandes objetivos: a satisfação dos nossos clientes e a manutenção da trajetória de crescimento robusto e sustentável do banco”, disse o CEO Milton Maluhy Filho em nota.

A rentabilidade do Itaú registrada entre janeiro e março apontou um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de 21,9%, acima do registrado no quarto trimestre (21,2%), de igual período do ano passado (20,7%) e do consenso do mercado (21,5%), segundo a Bloomberg.

“Nossos resultados no primeiro trimestre seguem consistentes e em linha com os guidances propostos para o ano. Nos últimos 12 meses, destaco o crescimento de 7,4% da nossa margem financeira com clientes e o nosso índice de eficiência de 39,6%, o melhor da história”, disse o CFO, Alexsandro Broedel em nota.

O lucro trimestral do Itaú foi o maior entre os bancos que divulgaram seus balanços nos últimos dias.

O Santander Brasil (SANB11) reportou lucro líquido de R$ 3 bilhões e um ROE ajustado de 14,1%, enquanto o Bradesco (BBDC4) divulgou lucro de R$ 2,8 bilhões e um indicador de rentabilidade de 10,2%. O Banco do Brasil (BBAS3) vai revelar seus números nesta quarta-feira (8), após o fechamento da B3.

Recuo da inadimplência

Os índices de inadimplência do Itaú recuaram 0,2 ponto percentual em 12 meses e 0,1 p.p. em três meses. No final do primeiro trimestre, o indicador de atraso dos clientes acima de 90 dias ficou em 2,7%, ante 2,9% em igual período do ano passado e 2,8% no quarto trimestre.

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O conglomerado financeiro conseguiu ainda aumentar sua carteira de crédito total ajustada em 2,8% em 12 meses e 0,7% em três meses, totalizando R$ 1,184 trilhão.

Os números reforçam a percepção de retomada do mercado de crédito, uma dinâmica decorrente, segundo analistas, do movimento de queda das taxas de juros e de alguma melhora dos índices de inadimplência, o que tem aumentado o apetite das instituições financeiras

O Itaú destacou, em nota, os crescimentos de 11,1% em crédito pessoal; 5,4% em veículos e 3,1% em crédito imobiliário. Na carteira de pessoas jurídicas, houve crescimento de 28% das linhas do Pronampe e do FGI na carteira de capital de giro.

Os bancos brasileiros têm melhorado suas projeções para o crescimento da carteira de crédito em 2024.

A última expectativa divulgada por uma pesquisa realizada a cada 45 dias pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) apontou, no início de abril, a expectativa de crescimento da chamada carteira livre de 8,5%, puxada pela previsão de maior expansão da carteira pessoa física (9,5%), enquanto a previsão para o avanço da carteira livre de pessoa jurídica é de 7,6%.

Já as receitas de serviços e seguros do Itaú cresceram 5,8% no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período de 2023, impulsionadas pelo aumento do faturamento de cartões, tanto em emissão quanto em adquirência; aumento dos ganhos com administração de fundos; crescimento das receitas com assessoria econômico-financeira e corretagem, especialmente em razão dos maiores volumes em renda fixa; e maior resultado de seguros com o aumento dos prêmios ganhos.

A ação do Itaú acumula queda da ordem de 3% no acumulado de 2024 e ganhos acima de 20% em 12 meses.

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