Lucro da Petrobras recua 42% com queda do petróleo e da margem de derivados

Resultado líquido foi de R$ 26 bilhões no terceiro trimestre, ante R$ 46 bilhões no mesmo período de 2022. Empresa anunciou R$ 17,5 bilhões em proventos

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Bloomberg Línea — O lucro líquido da Petrobras (PETR3, PETR4) foi de R$ 26,6 bilhões no terceiro trimestre, uma queda de 42% sobre igual período do ano passado, informou a companhia em balanço enviado nesta quinta-feira (9) à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

De acordo com a petroleira, o resultado do período foi impactado pela queda do barril de petróleo do tipo Brent em comparação com os valores de 2022 e também pela redução das margens dos derivados no mercado internacional.

A companhia acrescentou no documento que “essas variáveis afetaram não só a Petrobras, mas a indústria de óleo, gás e derivados como um todo”.

A estatal justificou que o desempenho do mesmo período do ano passado reflete “um cenário atípico de preço alto de Brent que levou a resultados financeiros recordes para as companhias de petróleo”.

De julho a setembro, a companhia registrou um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 66,1 bilhões, com um uma queda de 27,6% ante o mesmo intervalo de 2022.

No caso da receita, a estatal reportou uma queda de 26,6% da receita líquida de vendas no trimestre na comparação anual, alcançando R$ 124,8 bilhões. Em relação ao intervalo imediatamente anterior, houve alta de 9,7%.

No terceiro trimestre, o preço médio do Brent ficou em US$ 86,7, ante US$ 100,8 no mesmo intervalo de 2022, destacou a companhia no documento.

“Estamos trabalhando para a Petrobras crescer de forma sustentável e rentável. Tivemos um terceiro trimestre excelente com recordes operacionais no E&P [exploração e produção], no refino e no processamento de gás”, disse no balanço o presidente Jean Paul Prates.

Ele acrescentou que a empresa segue com a estratégia comercial para os combustíveis “que vem se mostrando bem sucedida, tornando a Petrobras mais competitiva no mercado e ao mesmo tempo permitindo períodos de estabilidade para o consumidor”.

A empresa distribuirá R$ 17,5 bilhões em proventos, equivalente a R$ 1,3443/ação, em duas parcelas. A primeira parcela será de R$ 0,6721/ação, a ser paga em 20 de fevereiro. A segunda parcela, de mesmo valor, será paga em 20 de março. As ações ficam ex-proventos no dia 22 de novembro.

Endividamento

A dívida líquida da Petrobras atingiu US$ 43,7 bilhões no terceiro trimestre, queda de 7,9% na comparação anual e aumento de 3,7% sobre o trimestre imediatamente anterior. Com isso, a alavancagem medida pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda ajustado avançou 0,83x no terceiro trimestre.

No documento, a estatal informou que o aumento se deve à entrada em operação do FPSO (plataforma) Anita Garibaldi na Bacia de Campos. “O aumento do endividamento, portanto, não está associado a captações de dívida financeira da companhia, que continua a financiar suas obrigações com seu fluxo de caixa operacional, em linha com seu plano estratégico”, salientou a empresa.

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