Bloomberg — A L’Oreal comprará uma participação de 10% na Galderma, uma fabricante suíça especializada em produtos para a pele e preenchimentos injetáveis. Como parte do negócio, as empresas concordaram em fazer novos produtos para reduzir os sinais de envelhecimento.
A empresa francesa de beleza adquiriu a fatia que antes pertencia à Sunshine SwissCo, liderada por EQT, Abu Dhabi Investment Authority e Auba Investment.
O preço de compra não foi divulgado, mas com base no valor de mercado da Galderma, a participação valeria cerca de 1,6 bilhão de francos suíços (US$ 1,9 bilhão). O negócio será feito com um "prêmio não revelado", disse a Galderma.
As ações da Galderma, cujas marcas incluem a Cetaphil, resistiram a uma onda vendedora no mercado e subiram até 7,8% nesta segunda, o maior avanço desde a oferta pública inicial da empresa em março. A L’Oreal caiu 1,9% em Paris.
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O acordo inclui uma parceria científica para criar novos produtos de cuidados com a pele para impulsionar o crescimento em um mundo no qual as pessoas querem parecer mais jovens por mais tempo.
A divisão de beleza dermatológica da L’Oreal é a unidade mais lucrativa e de crescimento mais rápido da empresa. As vendas comparáveis aumentaram 16% no primeiro semestre.
Os analistas receberam bem a mudança, dizendo que poderia haver sinergias entre os dois grupos.
Os analistas da Oddo também disseram que o acordo faz sentido para a L’Oreal, cuja estratégia é ampliar sua presença operacional em todos os segmentos do setor de beleza.
A L’Oreal retornou cerca de 72% aos acionistas nos últimos cinco anos, graças a um boom na demanda por produtos de cuidados com a pele e ao aumento dos gastos com beleza em todo o mundo. Mais recentemente, sua perspectiva de crescimento perdeu força, e as ações caíram cerca de 7% no último ano, em parte devido a uma desaceleração na China.
A Galderma, cujos produtos incluem dermocosméticos, medicamentos e preenchimentos hialurônicos, foi fundada em 1981 como uma joint venture entre a L’Oreal e a Nestlé. O grupo suíço de alimentos trocou parte de sua participação na L’Oreal pela fatia na Galderma em 2014.
Em seguida, concordou em vender essa unidade para o consórcio liderado pelo grupo sueco de aquisições EQT em 2019, para concentrar seus negócios em nutrição e saúde, após a pressão do Third Point, do ativista Dan Loeb. O IPO da Galderma em março foi o maior da Suíça em duas décadas.
A transação será financiada com o caixa e as linhas de crédito disponíveis da L'Oreal, e espera-se que seja concluída nos próximos dias. A L'Oreal disse que não buscará nenhum assento no conselho.
-- Com a colaboração de Allegra Catelli.
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