Bloomberg — O proprietário bilionário da L’Occitane International, Reinold Geiger, está perto de fechar um acordo para fechar o capital da empresa de cuidados com a pele com ajuda de financiamento da Blackstone (BX), segundo pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg News, o que pode encerrar sua trajetória de 14 anos na bolsa de valores de Hong Kong.
O maior gestor de ativos alternativos do mundo pode fornecer financiamento por dívida para a compra, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas, pois a informação não é pública. Um anúncio pode ocorrer já nos próximos dias, disseram elas.
A negociação das ações da L’Occitane foi suspensa em Hong Kong nesta terça-feira (9), aguardando anúncio relacionado aos códigos de aquisição. A ação fechou a HK$ 29,50 na segunda-feira (8).
Geiger considera oferecer um prêmio de 20% sobre HK$ 26 por ação, o preço das ações antes de a Bloomberg News informar pela primeira vez sobre um possível acordo de fechamento de capital envolvendo a Blackstone em 6 de fevereiro, disseram as pessoas. Geiger e a Blackstone já garantiram financiamento para o acordo, disseram as pessoas.
Embora as deliberações estejam em estágio avançado, nenhuma decisão final foi tomada e as conversas ainda podem ser adiadas ou até mesmo serem desfeitas, disseram as pessoas. Um representante da Blackstone se recusou a comentar, enquanto a L’Occitane encaminhou seu comunicado regulatório divulgado anteriormente nesta terça.
A L’Occitane tem valor de mercado de cerca de HK$ 43,6 bilhões (US$ 5,6 bilhões). Uma empresa controlada em última instância por Geiger, presidente da L’Occitane, possui mais de 70% da empresa, mostram documentos regulatórios.
A L’Occitane foi fundada em 1976 pelo francês Olivier Baussan, que começou fabricando óleos essenciais a partir de plantas como lavanda na zona rural de Provence e vendendo-os em mercados locais. Geiger tornou-se acionista minoritário em 1994, mas disse que o desempenho ruim da empresa o levou a começar a trabalhar lá na tentativa de proteger seu investimento.
Ele expandiu a L’Occitane globalmente, dizendo que decidiu se mudar para a Ásia depois de ficar impressionado com a ética de trabalho da região. Inicialmente, a estratégia deu tão errado que seu auditor avisou que os resultados ruins poderiam colocar toda a empresa em risco.
A varejista abriu capital em Hong Kong em uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) em 2010 e agora possui oito marcas e cerca de 3.000 lojas em 90 países. No entanto, a empresa gera apenas cerca de um terço de sua receita na Ásia, enquanto as Américas são sua região de crescimento mais rápido.
A L’Occitane enfrenta um mercado cada vez mais desafiador na China, onde marcas globais como L’Oreal e Estee Lauder oferecem descontos frequentes para competir por uma fatia maior do mercado, e onde as marcas domésticas estão crescendo com base no nacionalismo.
Embora a China tenha sido o principal mercado da marca em vendas nos anos fiscais de 2021 e 2022, ela foi superada pelos Estados Unidos no ano passado. O grupo também viu lucros em declínio nos últimos anos. No ano fiscal até março de 2023, o lucro da L’Occitane despencou 51% em relação ao ano anterior, enquanto nos seis meses até setembro, o lucro caiu 38%.
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