Light está aberta a negociar preço da ação na conversão, dizem fontes

Preço proposto das ações para a troca de dívida por capital no seu plano de reestruturação tem sido um dos principais pontos de discórdia nas negociações

Light
Por Cristiane Lucchesi - Giovanna Bellotti Azevedo - Rachel Gamarski
08 de Março, 2024 | 01:46 PM

Bloomberg — A Light (LIGT3) está aberta a discutir com os detentores de seus títulos de dívida um novo preço da ação para a proposta de conversão de dívida em capital, disseram pessoas familiarizadas com o assunto que falaram à Bloomberg News.

As negociações precisariam envolver os maiores acionistas da companhia de energia, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as negociações não são públicas.

Qualquer alteração no preço das ações exigiria um ajuste em outros instrumentos incluídos no plano de reestruturação da dívida proposto pela Light, já que o pacote financeiro visa viabilizar a empresa no longo prazo, disseram as pessoas.

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A Light entrou com pedido de recuperação judicial em maio do ano passado, depois de alertar os reguladores sobre sua falta de receitas para enfrentar uma dívida crescente, em um contexto que inclui furtos de energia e altas taxas de inadimplência.

O preço das ações para a troca de dívida por capital proposta no seu plano de reestruturação tem sido um dos principais pontos de discórdia nas negociações, uma vez que os credores financeiros querem um preço menor para poderem obter uma participação maior na empresa com os seus créditos.

Em plano apresentado em dezembro, a empresa propôs a troca de 40% de sua dívida por capital com preço de conversão de ações baseado na média dos 45 dias anteriores à apresentação do plano.

Depois, em novo plano no mês passado, apresentou uma nova proposta com o preço resultante de uma média de 60 dias.

Os detentores de títulos querem uma média de 360 dias mais um desconto de 15%, disse a empresa ao divulgar os termos das negociações.

De acordo com o plano mais recente, os maiores acionistas da Light, como Nelson Tanure, Ronaldo Cezar Coelho e Carlos Alberto Da Veiga Sicupira, que juntos possuem 65% da empresa, injetariam R$ 1 bilhão em capital, e outros acionistas poderiam participar com R$ 500 milhões. O preço da injeção de capital seria o mesmo utilizado para a conversão da dívida em capital.

As taxas de juros que a Light se dispõe a pagar sobre os novos títulos a serem emitidos em troca de dívida passada também são ponto de polêmica, disse a empresa. O objetivo é tentar chegar a um acordo antes da reunião de credores, marcada para 25 de abril.

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A Light tem cerca de R$ 11 bilhões em dívidas totais.

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