Líder em elétricos, BYD quer avançar em híbridos e lança sedã para desafiar Corolla

Para o conselheiro especial da marca no Brasil, Alexandre Baldy, são os consumidores que vão escolher qual a tecnologia mais adequada a ser adotada no mercado doméstico

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Bloomberg Línea — Em momento de incertezas sobre o tamanho do mercado para carros elétricos, a chinesa BYD acaba de ampliar a aposta em modelos híbridos.

A montadora que já se tornou a número um do mercado de elétricos no Brasil aposta agora no novo modelo sedã King para competir com o líder da categoria, o Corolla, da japonesa Toyota.

É uma aposta que terá novos modelos de híbridos, segundo o conselheiro especial da BYD no Brasil, Alexandre Baldy. “É o brasileiro que ditará as regras [do mercado], não a indústria. São os consumidores que vão escolher qual tecnologia será adotada e em qual momento.”

O King é o sedã híbrido mais vendido da marca chinesa no mundo.

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A promessa é a de autonomia combinada de até 1.200 quilômetros e de 120 km na modalidade puramente elétrica. O modelo custará a partir de R$ 175.800. O Corolla híbrido tem preço sugerido a partir de R$ 190.120 (segundo o site da montadora).

“O carro elétrico sempre foi visto como muito caro, inacessível para grande parcela da população brasileira. A BYD quebrou esse paradigma”, disse Baldy.

Além das vendas no varejo, a marca também ofertará o sedã King na modalidade de carro por assinatura, com pacotes a partir de R$ 4.992 por mês no contrato de 36 meses e 1.500 km de franquia.

Com o sedã King, a BYD chega a um portfólio com dez modelos comercializados no Brasil, dos quais oito puramente elétricos e dois híbridos.

A montadora chinesa liderou em número de emplacamentos de carros 100% elétricos no acumulado de janeiro a maio deste ano, com 73,9% de participação, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Em híbridos, no entanto, a japonesa Toyota lidera as vendas com 23% de market share, seguida pela BYD, com 21%. “O Brasil é o país mais importante fora da China pelo alcance e volume de vendas”, disse Baldy.

O executivo lembrou que a BYD lançou em fevereiro no Brasil o modelo 100% elétrico Dolphin Mini, que, segundo ele, ganha escala rapidamente e sobe no ranking de vendas não só de eletrificados no país.

“No nosso lineup queremos ter carros 100% elétricos e híbridos”, disse. “Na categoria de sedãs, havia até então no Brasil um carro com grande participação de mercado. Agora ele terá um competidor à altura, com inovação, tecnologia e, especialmente, economia”, afirmou.

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Taxação de carros chineses

Baldy afirmou que o cronograma de obras da fábrica da marca em Camaçari, na Bahia, segue dentro do esperado e que a expectativa é que o complexo seja inaugurado no fim de 2024, com início da produção no primeiro semestre do ano que vem.

Até lá, os carros da BYD vendidos no país continuarão a pagar imposto de importação. Desde janeiro de 2024, o tributo voltou a incidir de forma gradual sobre os veículos eletrificados no Brasil. As alíquotas serão recompostas até atingirem o patamar de 35% em julho de 2026.

O executivo salientou que a BYD já tinha tomado a decisão de adquirir a planta na Bahia e que a produção local permitirá que a montadora siga com sua estratégia de “democratização de preço”.

Globalmente, cresce a resistência em relação aos carros elétricos chineses. A União Europeia decidiu na semana passada que os veículos de marcas da China - incluindo a BYD - terão taxação adicional, que pode chegar a até 48%.

Baldy minimizou o impacto da medida. “Todos os países do mundo que são importantes fabricantes de veículos têm o desejo de proteger sua indústria. A BYD está construindo uma fábrica na Hungria e foi uma das menos tributadas entre as empresas que passaram a receber essa taxação”, disse.

O executivo acrescentou que, enquanto essa fábrica não fica pronta, a marca vai atuar de acordo com as normas de União Europeia, o que significa pagar os tributos devidos. “A BYD inaugurou uma nova loja em Paris na semana passada. Serão várias inauguradas na Europa.”

Da mesma forma, no Brasil, houve um retorno do imposto de importação para eletrificados. “Essa tributação visa incentivar e estimular a indústria para investir localmente”, disse.

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