Latache se junta a minoritários para exigir OPA na Oncoclínicas, dizem fontes

Segundo pessoas ouvidas pela Bloomberg News, gestora contratou escritórios de advocacia para defender uma oferta pública de aquisição por parte da Centaurus

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Bloomberg — Um grande investidor na Oncoclínicas decidiu apoiar um movimento para exigir que o maior acionista da empresa faça uma oferta pública de aquisição (OPA) do restante das ações da companhia.

A Latache, um fundo que foca em ativos estressados, argumenta que a Centaurus Brazil Holdings LLC acionou um gatilho quando sua participação ultrapassou 15% em uma complexa reestruturação de acionistas.

A posição da Latache é que, uma vez que a Centaurus ultrapassou esse limite, ela foi obrigada a fazer uma oferta pelas outras ações.

A Latache, que detém uma participação de 14% na Oncoclinicas (ONCO3) contratou os escritórios de advocacia Warde Advogados e Rangel Advogados para defender uma oferta pública de aquisição, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto ouvida pela Bloomberg News.

O fundo levou o assunto à Comissão de Valores Mobiliarios (CVM), disse a pessoa, que pediu para não ser identificada por discutir informações privadas.

A Oncoclinicas, que fornece tratamento de câncer e outros serviços médicos, não quis comentar. A CVM não respondeu fora do horário comercial normal. A Centaurus não pôde ser contactada imediatamente.

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Um grupo separado que representa pequenos acionistas minoritários apresentou um argumento semelhante para uma OPA diretamente à Oncoclinicas no mês passado.

A empresa respondeu ao pedido da Associação Brasileira de Investimento, Crédito e Consumo dizendo que não considerava necessária a realização da oferta.

A Latache tentou adquirir participações do Goldman Sachs e do Banco Master no final de 2024, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

O Master estava interessado, mas o Goldman não concordou em vender, e o negócio não se materializou.

O Goldman posteriormente reorganizou suas participações de uma forma que levou a Centaurus a aumentar sua participação.

Assim como outras empresas de assistência médica no Brasil, a Oncoclínicas vem trabalhando para reduzir seu nível de endividamento após uma rápida expansão.

A empresa registrou prejuízo líquido de R$ 717,4 milhões em 2024 e tinha R$ 3,2 bilhões em dívida líquida no final do ano, representando uma alavancagem de 2,8 vezes os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização.

Após subir até R$ 13 no final de 2023, as ações da Oncoclínicas caíram para uma mínima de R$ 1,77 em fevereiro antes da Latache revelar uma participação na empresa. As ações encerraram em R$ 4,89 no fechamento de terça-feira (8).

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