Bloomberg Linea — O ecossistema de ensino de tecnologia Alura tem um novo CEO, Juliano Tubino, que assumiu nesta segunda-feira (17). Paulo Silveira, fundador e agora ex-CEO, se torna CVO (Chief Visionary Officer).
Tubino chega à plataforma de ensino, formada pela Alura, pela FIAP e pela PM3, após um período de mais de seis anos na Totvs, em que atuou como Vice-Presidente de estratégia de Negócios & Digital. No último ano, ele comandou a RD Station, empresa da qual a Totvs adquiriu 100% do controle no ano passado.
A missão do executivo na Alura é levar o grupo ao seu primeiro R$ 1 bilhão em faturamento no período de três anos. O grupo de ensino encerrou o exercício de 2024 com R$ 560 milhões em receitas, alta de 12% em relação aos R$ 500 milhões registrados um ano antes.
Criada há mais de uma década com um modelo online para formar jovens interessados em programação, a Alura expandiu a atuação nos últimos cinco anos e já recebeu mais de 3 milhões de alunos.
A plataforma comprou a PM3, especializada na formação de profissionais da área de gestão de produtos digitais, em 2021. Um ano mais tarde, anunciou a aquisição de participação majoritária da FIAP (Faculdade de Informática e Administração Paulista), em movimentação apoiada pelos fundos Crescera e Seek Capital.
“O que me empolgou foi o quão dinâmico é o segmento de educação, particularmente educação em tecnologia”, afirmou Tubino. “O mercado tem aquelas placas tectônicas que vão significar sempre uma demanda constante pela necessidade de profissionais de tecnologia”.
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A distribuição da receita da Alura está dividida entre a venda direta ao consumidor final e os pacotes corporativos, o “Alura para Empresas”, em que cada um responde por 50% do negócio.
O segundo modelo tem sido impulsionado pelo segmento Enterprise (grandes empresas), que contribui com 70% da originação. São cursos que vão desde jornadas de desenvolvimento em IA a programas de liderança.
O futuro do negócio
Segundo o novo CEO, a Alura percebe um crescimento acelerado em vertentes relacionadas à IA, não somente generativa, mas à forma como os dados são tratados para alimentar os modelos de linguagem. E também a chegada de profissionais de outras disciplinas interessados em desenvolver novos conhecimentos em áreas de tecnologia.
“No último ano, uma das unidades que mais cresceu foi exatamente a de especialização de pós-Tech. Não são somente profissionais de tecnologia que consumem e buscam o aprimoramento de educação”, disse.
Pós-Tech é o nome atribuído aos cursos de pós-graduação em áreas diversas do setor de tecnologia. Ele registrou crescimento de 190% em receita no último ano.
O papel de Tubino estará centrado em encontrar tais oportunidades. Um primeiro passo começa a ser dado com a expansão geográfica da FIAP, que irá inaugurar um campus em Porto Alegre nos próximos meses.
A instituição ainda prevê unidades no interior de São Paulo, em São José dos Campos e Campinas, e em Brasília. No momento, os negócios do grupo ainda mantêm uma elevada concentração nos estados do Sul e do Sudeste.
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“Essa expansão física de postos de experiência, que levam todo o conteúdo do grupo, com os cursos regulados e os demais programas, é a aposta mais certeira e garantida que já está em movimento”, afirmou o novo CEO.
O grupo também está de olho em novos movimentos de aquisição para impulsionar o crescimento e as metas dos próximos anos. As conversas giram em torno de negócios que possam complementar o portfólio.
A Alura pretende, por exemplo, estar mais próxima dos alunos que chegam a posições de C-level com produtos e cursos específicos.
“Aquisições realmente fazem parte de todas as nossas conversas, é um negócio no qual já estou me envolvendo em análises de potenciais parceiros e targets”, afirmou Tubino.
“Vamos olhar para tudo aquilo que entregue valor na jornada do aluno e do profissional de tecnologia de forma imediata e que permita conseguir, de alguma forma, sinergia com o que temos.”
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