Bloomberg — Um juiz de um tribunal de falências de Nova York negou o pedido da Sablon Partners, que detém títulos de dívida externa da varejista Americanas (AMER3), para usar a lei dos Estados Unidos de forma a permitir que os credores “avaliem” de perto a investigação que o conselho de administração está fazendo sobre a fraude contábil na empresa, segundo documento obtido pela Bloomberg News.
Em moção de 10 de novembro, a Sablon Partners disse que eles e outros credores precisariam entender mais sobre a fraude para poder votar na assembleia de credores, marcada para 19 de dezembro.
O plano a ser votado na reunião inclui uma cláusula de não litígio na Justiça e a Sablon disse que precisaria entender mais sobre a fraude e as possíveis leis antes de concordar com isso.
O juiz Michael E. Wiles negou o pedido dizendo que “enfaticamente não é minha função dizer a um tribunal brasileiro quais provas ele deveria considerar ao fazer o que está sendo feito sob a lei brasileira, ou ao decidir pelas partes a quais provas elas têm direito.”
Cerca de 11 meses depois de entrar em crise devido a uma fraude contábil que mais que dobrou sua dívida para R$ 42,5 bilhões, a Americanas assinou um acordo com bancos que detêm mais de 35% da dívida da empresa, excluindo créditos intercompanhias, disse a empresa em um documento no mês passado.
Outros credores também demonstraram interesse em participar do acordo, disse a varejista.
A crise na Americanas tem sido uma dor de cabeça para o trio de bilionários formado por Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, que detém cerca de 30% da empresa e que, no âmbito do plano de reestruturação, concordou em injetar R$ 12 bilhões na companhia.
Contatados por email, os advogados da Wollmuth Maher & Deutsch, representando a Sablon Partners, não responderam imediatamente a um pedido de comentário.
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