Bloomberg — O JPMorgan Chase & Co. divulgou um ganho surpreendente com sua receita líquida de juros (NII, na sigla em inglês) no terceiro trimestre e elevou sua previsão para a principal fonte de receita, mesmo diante das expectativas de que as taxas de juros dos Estados Unidos continuarão a cair.
A receita das operações do banco em Wall Street - maior dos EUA - também desafiou as estimativas dos analistas, com os fees de banco de investimento em alta de 31%, muito acima das estimativas de um ganho de 16%. O trading de ações registrou um aumento de 27% na receita.
Apesar do desempenho, o CEO Jamie Dimon apresentou uma perspectiva econômica um tanto sombria.
“Embora a inflação esteja desacelerando e a economia dos EUA permaneça resiliente, várias questões críticas permanecem, incluindo grandes déficits fiscais, necessidades de infraestrutura, reestruturação do comércio e remilitarização do mundo”, disse Dimon em um comunicado na sexta-feira (11).
Leia mais: Por que Jamie Dimon continua cético em relação a um ‘pouso suave’ dos EUA
Na frente geopolítica, Dimon disse que "as condições são traiçoeiras e estão piorando", e o resultado "pode ter efeitos de longo alcance sobre os resultados econômicos de curto prazo e, mais importante, sobre o curso da história".
Depois que o Federal Reserve adotou seu primeiro corte nas taxas de juros em mais de quatro anos no mês passado, os analistas começaram a reduzir suas previsões de quanto os bancos poderiam esperar gerar com seus negócios de empréstimos.
Mas o JPMorgan (JPM) disse que sua receita líquida de juros aumentou 3%, para US$ 23,4 bilhões, superando as expectativas de um ligeiro declínio. O banco disse que a NII para 2024 chegará a cerca de US$ 92,5 bilhões, em comparação com sua previsão anterior de cerca de US$ 91 bilhões.
As ações do JPMorgan, com alta de 25% neste ano até quinta-feira, avançaram 2% no início do dia em Nova York, nas negociações antes do pregão à vista.
O JPMorgan deu início à temporada de divulgação de resultados do terceiro trimestre dos grandes bancos de Wall Street, juntamente com o Wells Fargo.
Leia mais: JPMorgan vê risco de estagnação do S&P 500 mesmo com corte de juros do Fed
Bank of America, o Citigroup, o Goldman Sachs e Morgan Stanley divulgam na próxima semana.
Os acionistas estão ansiosos após um período de recordes.
No mês passado, o presidente do JPMorgan, Daniel Pinto, disse que as estimativas dos analistas para o NII do banco em 2025 não eram “muito razoáveis”, dadas as expectativas de redução das taxas de juros, fazendo com que as ações sofressem a maior queda em mais de quatro anos.
Os resultados da empresa incluíram uma provisão de US$ 3,11 bilhões para perdas com empréstimos e US$ 2,09 bilhões em baixas líquidas, totalizando um aumento de reserva de aproximadamente US$ 1 bilhão.
Veja mais em bloomberg.com
Leia também
Momento é para evitar riscos e privilegiar ações de valor, diz estrategista do BofA
©2024 Bloomberg L.P.