Jovens terão que ir mais ao escritório com avanço da IA, diz este head da PwC

Para Kevin Ellis, presidente da consultoria no Reino Unido, IA cuidará de tarefas hoje desempenhadas por mais jovens, e estes vão depender de desenvolvimento no escritório para subir na carreira

Flexibilidade do trabalho remoto pode ficar em xeque com avanço da IA generativa, segundo este head da PwC (Foto: David Paul Morris/Bloomberg)
Por Sabah Meddings - Katherine Griffiths
15 de Janeiro, 2024 | 06:10 PM

Bloomberg — O chefe da PricewaterhouseCoopers (PwC) no Reino Unido, Kevin Ellis, afirmou que os funcionários mais jovens deveriam passar mais tempo no escritório para obter promoções mais rapidamente, à medida que a inteligência artificial se prepara para assumir tarefas rotineiras tradicionalmente atribuídas a trabalhadores das gerações mais novas.

A Inteligência Artificial (AI) generativa está eliminando “tarefas que, no passado, nossos funcionários mais jovens aprendiam e nas quais desenvolviam suas habilidades”, disse Kevin Ellis, o presidente da PwC UK, durante entrevista no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

Sem essas tarefas, “de alguma forma, você tem que fazer com que as pessoas avancem na carreira mais rapidamente”, acrescentou.

“É muito mais importante ter tempo presencial e muito mais desenvolvimento”, disse Ellis. “Portanto, é preciso ter as pessoas mais tempo no escritório trabalhando juntas.”

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Empresas têm tentado convencer os funcionários a passarem mais tempo no escritório, com pesquisas no ano passado mostrando que os gestores prefeririam uma proporção menor de trabalho remoto, enquanto os funcionários desejam manter hábitos formados durante a pandemia.

Ellis foi enfático em afirmar que os funcionários mais jovens, em particular, deveriam evitar a tentação de trabalhar em casa.

“Se você está me perguntando minha opinião sobre como ter sucesso em sua carreira”, disse ele. “Eu estaria no escritório de quatro a cinco dias por semana.”

Seus comentários chegam no momento em que a PwC divulgou um relatório que mostra que as empresas britânicas estão adotando a inteligência artificial de forma mais rápida do que seus pares internacionais.

A pesquisa com mais de 4.600 CEOs globais descobriu que 42% dos líderes empresariais do Reino Unido disseram ter implementado a tecnologia no último ano, em comparação com 32% globalmente.

Ellis afirmou que, no setor de auditoria, a inteligência artificial provavelmente significará o fim da cobrança de clientes por hora de trabalho. “Taxas baseadas em resultados e efetivamente licenciamento e cobrança por tecnologia e ativos tecnológicos se tornarão mais importantes”, disse ele.

A pesquisa da PwC também mostrou que os CEOs britânicos são muito mais positivos sobre a economia global do que sobre o crescimento doméstico. Seis em cada dez esperam uma melhoria na economia global, enquanto menos de quatro em cada dez disseram o mesmo sobre a produção no Reino Unido.

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